Entre os dias 22 e 28 de fevereiro e 01 e 02 de março, o Sambódromo do Anhembi foi palco dos desfiles de carnaval em São Paulo. Ao todo, 33 escolas de samba participaram do evento, que contou com diversas funções e bastidores, incluindo Carnavalesco, Comissão de Frente, Alas, Mestre-sala e Porta-bandeira, Carros Alegóricos, Passistas, Bateria e Samba-enredo. As preparações para o carnaval começaram meses antes e variaram de acordo com cada função.
Vinicius Resende, 36 anos, mestre da bateria da Mancha Verde, destacou o trabalho árduo envolvido: “Começamos em meados de maio com a escolinha da bateria. Muitas vezes, são pessoas que nunca tocaram um instrumento. Temos que ensinar desde o início”.
Felipe Cabral, 34 anos, também mestre da bateria da Mancha Verde, acrescentou: “O processo é lento e gradual. Integramos os alunos da escolinha com a bateria e começamos os ensaios. São oito meses de preparo com muita dedicação”.
Roberto da Silva, conhecido como Betão, diretor de três escolas de samba e funcionário da ESPM-SP, explicou as etapas das preparações: “Primeiro, os Carnavalescos definem o tema com a Diretoria. Depois, há reuniões com os compositores para definir o enredo, seguidas pela entrega da DEMO (primeira versão da canção) e as eliminatórias. A comunidade e a bateria são acionadas, e os ensaios começam em julho ou agosto”.
O desfile de carnaval busca interação com o público, e a nota das escolas é baseada no desempenho geral. “Estudamos o enredo, a melodia e tentamos fazer de uma forma clara e dançante para todos”, afirmou Vinícius.
Parte dos recursos vem do governo, distribuídos pelas ligas UESP (União das Escolas de São Paulo) e SP para os grupos de acesso 1, 2 e especial. “Ninguém vai para perder, todos são vitoriosos, mas ganha quem erra menos”, disse Betão.
Os mestres Cabral e Vini comentaram sobre as dificuldades enfrentadas. “Os espectadores não sabem o que cada um passa para estar ali. Juntar 250 ritmistas para desfilar é muito difícil, por isso fazemos o trabalho de escolinha todo ano”, ressaltou Cabral. Vini acrescentou: “Além da dificuldade com o material humano, há a parte musical. É um trabalho minucioso e árduo”.