Covid-19: o impacto da doença nos esportes norte-americanos
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Rafael Saldanha (1º semestre)
A Covid-19 continua assustando o mundo inteiro. No último dia 26 de março, segundo levantamento da universidade norte-americana John Hopkins, os Estados Unidos tornaram-se o epicentro da pandemia com, até então, 82.404 casos, ultrapassando a China. Hoje, 22 de abril, já são aproximadamente 776 mil casos e 37 mil mortes, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) no país. Uma área importante para os americanos, que foi muito prejudicada pela disseminação da doença, é a dos esportes, dentre eles, basquete e futebol americano, dois dos mais populares no país.
As mudanças na NBA (National Basketball Association), maior liga de basquete do mundo, começaram no último dia 11 de março, quando Rudy Gobert, jogador do Utah Jazz, foi o primeiro atleta da liga a ser diagnosticado com Covid-19, e, em seguida o comissário Adam Silver decidiu suspender a liga até primeiro de maio, que se tornou indefinida. A NBA sofreu grandes impactos, conforme piora na situação dos quadros no país. Foram no total 15 jogadores e vários executivos entre oito times, segundo a própria associação. De acordo com o Comissário, 55 mil funcionários que trabalham nos estádios estão com os empregos suspensos e sem salários. Em abril, os maiores 100 salários de executivos da NBA no mundo foram reduzidos em 20%, reportou a ESPN.
Além disso, os salários dos jogadores também serão afetados. A CBA (Collective Bargaining Agreement- o acordo entre os jogadores e executivos que regula os salários dos atletas), estabelece uma divisão de 51% e 49% da renda anual da NBA, entre os executivos e jogadores, respectivamente. Entretanto, por causa da interrupção da temporada, os esportistas poderão perder 600 milhões de dólares em salários, segundo a Bleacher Report. Ademais, no dia 17 de abril, a NBA e os representantes dos jogadores concordaram em um corte de 25% nos seus pagamentos, a partir de 15 de maio.
“Os prejuízos são muito grandes, financeiramente para a NBA, já que hoje é um negócio bilionário no mundo inteiro. Tem a situação dos funcionários e a física, técnica e emocional dos jogadores, que não jogam. A gente viu que todas as equipes estão buscando soluções para cobrir financeiramente os funcionários. Alguns jogadores doaram. O MVP da Liga, Giannis Antetokounmpo, doou 500 mil dólares para os funcionários do Milwaukee Bucks. Eles têm dinheiro, mas é um prejuízo muito grande”, disse o comentarista da ESPN Brasil e ex-jogador da seleção brasileira de basquete, Eduardo Agra.
Outro dos esportes mais populares nos Estados Unidos, o futebol americano também é prejudicado pelo coronavírus. Os primeiros jogadores contaminados pela doença foram Brian Allen do Los Angeles Rams e Von Miller, do Denver Broncos. Felizmente, a temporada começa apenas em setembro e não houve nenhuma mudança nesse início. Contudo, a doença causou grandes mudanças num dos eventos mais importantes da National Football League (NFL): o NFL Draft, no qual, antes dos jogos, os 32 times escolhem e contratam jogadores amadores para participarem de suas equipes. O evento, que costuma ser aberto para todas as torcidas, com a presença de mais de 300 possíveis novatos, será diferente esse ano. A primeira mudança foi o cancelamento e reformulação da cerimônia, que agora será realizada via internet entre os dias 23 e 25 de abril. Por exemplo, o Comissário Roger Goodell anunciará a escolha de cada time, no seu porão. Outras modificações foram, segundo a NBC Sports, o cancelamento dos treinos antes do Draft – onde os olheiros de cada time avaliam os futuros jogadores – assim como a possibilidade da NFL fechar as instalações das equipes, para evitar aglomerações.
“A falta de esportes durante a quarentena, especialmente a NBA e possivelmente a NFL, é muito difícil para nós, porque alguém que consume esportes todo dia, seja assistindo jogos, apostando em eventos ou apenas olhando na internet para saber o que está acontecendo, isso torna-se parte da sua rotina. Algo ótimo dos esportes é assisti-los sem saber o que vai acontecer, então ter essa distração nas nossas vidas, seria muito importante para mim como um fã de esportes a vida inteira, nesses tempos difíceis”, disse Jeff Foster, morador de Boynton Beach, Flórida.