Televisão: a mãe de todas as telas

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Renato Essenfelder – editor

>> A metáfora do mundo como uma grande encenação, uma imensa ópera ou peça de teatro em que nos revezamos em múltiplos papéis, já foi explorada por inúmeros autores, tendo no sociólogo canadense Erving Goffman, autor de “A Representação do Eu na Vida Cotidiana”,  um de seus pontos mais elevados.
Na modernidade, a peça teatral segue. Contudo, agora transmitida ao mundo inteiro, extrapolando os limites de salas e casas de espetáculo. A peça segue, e com cada vez mais velocidade, eficiência e presteza, dissemina-se. As telas estão em toda parte, captando e emitindo informação. E a mãe de todas as telas, a televisão, transcende o cenário habitual, o centro da sala de estar, e invade quartos, cozinhas, restaurantes, vagões de metrô, bolsos, mãos.
Se a popularização da internet fez com que muitos apregoassem a extinção da TV, esta edição da Plural, revista-laboratório produzida pelos alunos de Jornalismo da ESPM-SP, mostra que o veículo continua vivo e forte, onipresente nos lares brasileiros. Busca, contudo, novos rumos, novas fórmulas.
Nestas páginas, procuramos refletir sobre questões ligadas à televisão no Brasil. Seu presente e seu futuro; o uso intensivo de recursos como o sensacionalismo, muito anterior à própria invenção da TV; a cara nova das telenovelas, que se adaptam à era da internet; o crescimento dos serviços de vídeo sob demanda.
Refletimos, especialmente, sobre as funções primordiais da televisão: informar, educar e entreter. Como esses papéis são cumpridos no século 21? Que transformações estão em curso?
Entrevistado pelos alunos-repórteres da Plural, Boni, um dos pioneiros da TV brasileira, é crítico em relação à baixa qualidade de parte da programação, mas também demonstra entusiasmo com o cenário atual. A televisão, diz, “tomou um novo e surpreendente impulso em todo mundo” com os avanços em qualidade, interatividade e, principalmente, com o investimento maciço em conteúdo. Esse investimento tem feito, não raro, as produções de séries e novelas televisivas eclipsarem lançamentos de Hollywood.
Se conteúdo é a palavra-chave sublinhada por Boni, esta edição da Plural espera contribuir para o debate fornecendo um amplo panorama sobre o veículo, narrando desde a biografia de seu primeiro barão no Brasil, Assis Chateaubriand, até se aventurar no debate sobre o futuro do meio.
Esperamos que você aprecie esta leitura.
E sem intervalos comerciais.