Sem que a população perceba, inflação cresce e bancários fazem alerta

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Segundo dados do IBGE, o Brasil foi pouco afetado pela crise de 2012, mas inflação voltou a crescer em 2013. Info: Debora Brotto

 

Nos últimos dez anos, o mundo sofreu com duas grandes crises mundiais. Em 2008, nos Estados Unidos, com a quebra do banco Lehman Brothers, que afetou muitos países, inclusive o Brasil, e em 2012, na Europa. A última afetou pouco a economia nacional.

Hoje, segundo o bancário Paulo Felice, vem ocorrendo uma elevação da inflação no país. “Ainda que dentro da meta estipulada pelo Bacen (Banco Central do Brasil), a alta é causada principalmente pela área agrícola”, explica. Para ele, a economia não está em um momento ruim, mas as perspectivas otimistas não estão mais presentes. “O que vem ocorrendo é um momento de indefinição sobre vários aspectos, como a própria evolução da inflação e juros, o que impacta um todo”, diz.

Para a bancária Terezinha Honda, que assim como Felice trabalha na região da Vila Mariana, os números que são divulgados para a população não mostram a verdadeira situação da economia brasileira. “O governo sobe ou desce a inflação quanto quer para manipular a economia e utilizar os números politicamente”, opina.

De acordo com ela, com os dados maquiados, a inflação não chega a assustar o povo. “O governo oferece várias ‘bolsas’ para a população. Com dinheiro a mais por mês, os brasileiros acabam não enxergando outros problemas, já que, no final, as contas são pagas”, justifica.

Conforme Felice, a população também não enxerga essa alta da inflação que vem acontecendo, mas, para ele, é porque ainda está em níveis baixos e, comparado aos anos 1980 e 1990, parece estar tudo bem. “Contudo, já vem ocorrendo certa preocupação em vários segmentos, o que vem levando o Bacen a elevar a taxa de juros, como forma de controlar a inflação”, diz.

População

Para Jaqueline Matos, comerciante de vestuário na Vila Mariana, a inflação não a afeta nem atinge suas clientes. “Profissionalmente e na vida pessoal, nada me atingiu drasticamente. Não vejo atuais problemas com a inflação”, diz.

Maria Aparecida Camargo, doméstica, diz que só sentiu a alta dos preços em algumas comidas. “Teve a época do tomate, da alface, da banana e até da farinha, que acarretou na alta dos pães na padaria”, comenta. Porém, para ela, atualmente os produtos não tem valor diferenciado.

“É preciso calcular os gastos porque não percebemos que estamos no final da ‘boa maré’ da economia”, explica Terezinha. Segundo ela, os países afetados pela crise estão conseguindo se equilibrar e o Brasil pode ser um bom investimento.

Tanto para Felice quanto para Terezinha, o que a população tem que fazer é medir suas compras. “É preciso tomar cuidado para não entrar no crédito em todas as compras e tentar segurar 30% do rendimento mensal”, diz a bancária. Felice concorda deixando bem claro que é necessário evitar gastos dispensáveis e analisar se realmente determinadas compras são necessárias.

Débora Brotto (2° semestre)