Abrigando duas faculdades, rua Álvaro Alvim faz referência a médico pioneiro no uso de raio-x

Share

A cada semestre, aproximadamente 2.000 novos universitários passam a frequentar a rua. Foto: Fernanda Botteghin

 

“O mártir da ciência”. Foi com essa frase que os Correios do Brasil, em 1963, produziram um selo em comemoração ao centenário do nascimento de Álvaro Alvim. Ele abdicou muitas vezes da própria saúde em prol da medicina. Alvim amputou as duas mãos devido à exposição excessiva aos raios-x que lhe causaram graves queimaduras. Mesmo assim, o médico continuou a trabalhar no uso de próteses.

Álvaro Freire de Villalba Alvim, segundo publicado no blog Biografias Médicas, nasceu em 1863 e morreu em 1928. Foi o responsável pelo primeiro aparelho de raios-x instalado no Brasil, além de ter sido o primeiro médico a utilizá-lo no país. Nascido em Vassouras, estudou Física Médica em Paris e foi, também, pioneiro nas técnicas de eletroterapia, fototerapia e radioterapia. Contribuiu ainda com a invenção do papel chumbado, que auxilia a prevenção do câncer.

A rua Dr. Álvaro Alvim faz parte da Vila Mariana. Ela surgiu quando, em 1891, José Antonio Coelho comprou a Chácara da Boa Vista, que fazia parte do território do bairro. A partir desse ponto, Coelho abriu ruas como Central, Garibaldi e dos Italianos. Esta, posteriormente foi nomeada rua Dr. Álvaro Alvim.

Faculdades e comércio

A rua que homenageia o médico atualmente é repleta de estabelecimentos comerciais. Dentre eles, bares, restaurantes, gráficas e lojas. O público alvo são os jovens universitários. Afinal, nessa rua se encontram duas importantes da cidade de São Paulo: a ESPM e o Centro Universitário Belas Artes.

O número de estudantes que circulam por essa rua é muito grande. A quantidade estimada de alunos que entrarão nas duas faculdades no vestibular do segundo semestre de 2013 é uma prova disso. De acordo com publicado no site de cada uma das instituições, a ESPM deve receber aproximadamente 580 novos alunos e a Belas Artes, cerca de 1.440.

Victor Bonifácio, de 18 anos, é aluno de arquitetura da faculdade Belas Artes e afirma que os comércios da rua são de qualidade. Diz também que os mais voltados para os estudantes, como as gráficas, oferecem maior comodidade e segurança na hora de imprimir trabalhos. “Também oferece uma gama de produtos para aqueles que vivem com pressa e acabam esquecendo de comprar algum material importante”, completa.

Apesar de o movimento ser grande no período de aulas e isso ser favorável ao comércio, no período de férias escolares os empreendimentos sofrem com a calmaria. “É extremamente oposto. O período letivo é rentável e bastante dinâmico para nós. Porém, durante três meses do ano, é extremamente crítico”, relata Fernandes Alves de Oliveira, de 34 anos, funcionário da gráfica Toldo Azul.

Oliveira conta que, na época do recesso escolar, a gráfica faz contratos com algumas empresas que contribuem com a lucratividade do estabelecimento no período.  “Mesmo assim, a demanda é muito baixa em relação aos outros meses do ano em que temos os alunos”, afirma.

Outra trabalhadora da rua Dr. Álvaro Alvim é Caroline Souza do Nascimento, de 19 anos. Ela é funcionária da Andaluza Sobremesas Finas e enfatiza que o volume de pessoas é muito menor nas férias dos estudantes. Porém, a jovem diz que outros públicos começam a frequentar a doceria. “A gente já tem clientes nas férias. São as pessoas que trabalham aqui perto. Como eles sabem que os estudantes não estarão aqui e que o movimento é muito menor, vem um monte de gente da Claro, da Colgate e das empresas das imediações”.

Fernanda Botteghin (1ºsemestre)

1 Comment

Isabella Sgai 10 de maio de 2013 - 11:05

Muito legal sua reportagem, Fe.
Parabéns (:

Beijos, Isa

Post Comment