“Roupa não deveria ter gênero”, diz stylish, em evento na ESPM-SP

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Por Ana Paula Oliveira

João França Ribeiro é stylish de importantes veículos da moda no Brasil. Foto: Ana Paula Oliveira

Na última sexta-feira (5), o Centro Acadêmico 4 de Dezembro (CA4D) proporcionou aos alunos de todos os cursos uma palestra sobre moda e empreendedorismo. A procura surpreendeu aos organizadores: “a gente sentiu que no evento tem bastante gente confirmada, não estávamos esperando essa demanda tão grande”, comentou Camila Vieira, estudante de jornalismo e integrante do coletivo. A aluna afirmou ainda que a principal ideia do CA4D, ao criar o evento, foi trazer para a faculdade assuntos que não são abordados todos os dias. “Para alunos que gostam de moda, nem sempre têm muitas oportunidades”, concluiu.

É comum, quando pensamos em moda, nos remetermos ao público feminino, mas a moda masculina também tem ganhado destaque na atualidade com blogueiros e digital influencers. A mais recente vertente do mundo fashion é a onda genderless. “É mais uma questão de conforto e liberdade, e é o que eu mais acho legal”, argumentou João França.

Em 2014, o stylish realizou, em parceria com  a rede C&A, uma propaganda para abordar a liberdade de escolha na hora de se vestir e, devido ao boom da moda sem distinção de gênero, a ideia central foi alterada. João França pontuou ainda que, embora marcas importantes como Yves Saint Lauren, João Pimenta, Reinaldo Lourenço tenham aderido à tendência, não é um mercado com tendência de crescimento devido à falta de aceitação do público.

A décima sétima (17ª) edição do Big Brother Brasil contou com a presença do participante Pedro, adepto a moda sem gênero, embora fosse mais voltado às roupas “femininas”. “Eu procuro buscar minha própria identidade, me expressar por meio das minhas roupas”, afirmou Lucas Cassarotte estudante de design de moda. Cassarotte sobre a participação de Pedro no BBB acreditou ser válido a emissora ter trazido à tona essa discussão.

A moda masculina, ao longo dos anos, sofreu grandes alterações e hoje conta com mudanças como a inserção de babados, tecidos cintilantes e brilho. “Não costumo acompanhar blogs de moda, mas sou influenciado por revistas. Geralmente, as internacionais, porque não acho que alguma revista brasileira me represente”, explicou Marcelo Nogueira, aluno do primeiro semestre de jornalismo, e afirmou também ter cuidados com a pele.

Entre várias definições de moda, estilo e gostos, o essencial é ter a autonomia de, a partir das tendências lançadas, fazer com que elas se adaptem ao seu estilo e não adaptar o seu estilo a elas. A moda unissex quebra ainda mais o estereótipo de dar gênero às roupas, é uma questão de conforto e poder escolha.