A relação entre alunos e telefones celulares em sala aula

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Em 2013, um guia publicado pela Unesco, o Policy Guidelines for Mobile Learning, apontou os motivos para que o celular seja adotado em sala de aula. Entre esses motivos estão a ampliação do alcance e a equidade da educação, a melhora da educação em áreas de conflito ou em áreas que sofrem desastres naturais, a assistência para alunos com deficiência e a construção de novas comunidades de aprendizado.

Para Eduardo Oyakawa, professor de Filosofia da ESPM-SP, o celular distrai o aluno. “Os alunos podem usar o celular para pesquisas, mas, francamente, para a nossa realidade, isso é uma piada”, diz. Oyakawa também acredita que o celular não permite que os alunos tenham uma interação humana. Sua visão como educador é que os alunos precisam de limites. “Nas empresas e no mundo é assim, precisamos estabelecer limites claros e racionais”, complementa.

Já a professora Carla Schwingel, que leciona Cibercultura no curso de jornalismo da ESPM-SP, é a favor do uso de celulares em aula, pois acredita que a atenção do aluno pode ser dispersa de diversas formas. “O aluno pode prestar atenção em diferentes coisas ao mesmo tempo, estar com o celular em aula pode não ser um fator dispersivo se ele for utilizado com maturidade. O aluno pode dispersar com o pensamento e com a imaginação, o celular não é diferente” explica.

Carla conta também que quando começou a dar aula, nos anos 2000, os professores eram mais resistentes a utilização de tecnologia em sala de aula. “Houve uma mudança cognitiva de percepção e utilização de tecnologias. Hoje é muito difícil dar aula sem incorporar as possibilidades que a tecnologia em rede trás.”, complementa.

A visão dos alunos sobre o assunto também é dividida. Mariana Pereira, 19 anos, estuda Publicidade, e diz utilizar o celular constantemente na sala de aula. “Uso nas aulas chatas, para me entreter, falar com os meus amigos e falar com os meus amigos no Whatsapp”, afirma a estudante. Já Maria Clara Daher, estudante de Jornalismo, evita usar o aparelho, pois acredita ser um elemento distrativo. “Eu evito usar o celular para tentar prestar mais atenção, pois sou uma pessoa muito dispersa”, conclui Maria Clara.

Ana Clara Maksoud, Gabriel Ficoni e Victoria Neumann (2 semestre)

Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas.