Redes sociais de nicho surgem com força para atender públicos específicos

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BRUNO GREGÓRIO | DIOGO MIRANDA

»»» Imagine uma rede social na qual você possa compartilhar interesses em comum como receitas de bolo, gosto por música, tipo de tratamento usado para cada doença específica, ao invés de compartilhar fotos e comentários sobre sua vida pessoal, como é feito no Facebook.

É esse formato de rede social segmentada que vem crescendo no Brasil e no mundo, despertando a curiosidade de internautas. É o caso de Marcelo Moreno, 53, gerente de manutenção , que entra diariamente no Receitáculo – rede social de nicho para compartilhamento de receitas – para divulgar seus novos pratos e aprender outros.

Além de trocar informações sobre culinária, Moreno conta que aproveita o site para fazer novas amizades que possuam os mesmos interesses. “Eu entro todos os dias para incluir novas amizades e ver receitas novas ou

até mesmo inseri-las. Tenho bons amigos no site.”, acrescenta.

São as redes sociais para fins específicos, tais como encontros, empregos, livros, receitas de bolo. Esses grupos foram criados para que pessoas compartilhem coisas em comum, afinidades. É uma nova tendência que aproxima pessoas distantes e distancia pessoas próximas. São redes que funcionam off-line, os usuários não precisam estar em constante contato pessoal, as pessoas não são amigas necessariamente.

No Brasil, diversas redes já obtêm sucesso. Na maioria são pessoas que criam paralelamente a seu emprego, mas com a  adesão, largam tudo para se dedicarem ao site. É caso de Flávio Pripas e Renato Steinberg, fundadores da bymk, hoje chamada Fashion.me, que é uma rede social onde usuários podem criar e compartilhar seus looks virtuais.

“A ideia de montar o bymk surgiu quando as nossas esposas decidiram abrir uma loja física de roupas. Verificamos o quanto era necessário investir e percebemos que o custo era muito alto. Como já atuávamos na área de TI, tivemos a ideia de criar algo na internet para elas tocarem, um lugar onde os próprios usuários criassem conteúdo, para não termos que abastecer o portal. Sem perceber, estávamos criando a primeira rede social de moda no Brasil. Com o crescimento do negócio, eu e meu sócio decidimos largar nossos empregos para nos dedicarmos 100% a ele.”, comenta a estudante de jornalismo.

O Fashion.me que conta com 600 mil usuários e faturamento de R$ 1 milhão projeta aumentar os conteúdos disponíveis no site e internacionalizar a plataforma para o futuro. Assim como o projeto de Flávio, outras redes sociais segmentadas surgem com força. Uma que atingiu sucesso em pouco tempo foi o Skoob, a maior rede social brasileira para quem gosta de ler.

Com um mês de funcionamento a rede contava com pouco mais de 7.500 usuá-rios. Co-fundadora do Skoob, Viviane Lordello conta que a ideia é reunir pessoas que possuam o hábito da leitura para poderem trocar informações  sobre livros de seu interesse.

“Cada usuário pode montar a sua estante virtual com os livros que já leu, está lendo, vai ler, releu ou abandou. Pode ainda fazer resenhas, criar históricos de leitura, avaliar os livros, criar listas de livros desejados, favoritos e ainda disponibilizar seus livros para trocas com outros usuários da rede”, diz Viviane, explicando sobre o funcionamento da rede.

A universitária Mariana Tegon, usuária do Skoob, conta que conheceu a rede social por meio de um amigo.” É um ótimo site para se organizar melhor em relação ao que leu e gostou ou até mesmo o que  não gostou”, conta Mariana. Entretanto poucos conhecidos da estudante usam o site. Procurando novos “skoobers” (como são chamados os usurários), os fundadores da rede projetam viabilizar novos meios de acesso, lançando em breve apps para produtos Apple e Android.

Outras redes sociais segmentadas surgem com força. No último mês de março, foi lançada, tendo como “embaixador” o craque Neymar, o Palpiteiros. Carregando a proposta de ser uma mesa de bar na internet, o usuário poderá dar palpites sobre jogos, seu time do coração e jogadores profissionais.

Conquistando cada vez mais os internautas brasileiros, as redes sociais de nicho se apresentam como um bom investimento para empreendedores e uma ótima saída para quem procura um grupo de pessoas com afinidades.