Movimento por direito a moradia deixa Avenida Paulista após 22 dias

Pixação no piso da Avenida Paulista, onde estava o acampamento do MTST. (foto: Sofia Nunes)

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Pixação no piso da Avenida Paulista, onde estava o acampamento do MTST. (foto: Sofia Nunes)

 

Há três semanas, na noite do dia 15 de fevereiro, a hashtag #OcupaPaulista ganhou destaque nas redes sociais, fazendo referência à ocupação em frente ao prédio da Presidência da República na Avenida Paulista pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Cerca de 400 membros do movimento se reuniram no acampamento para manifestar contra a negligência e o retrocesso do programa Minha Casa Minha Vida, protestando pela retomada das contratações de moradia para os mais pobres e a garantia dos direitos sociais.

O programa foi criado em 2009 com o objetivo de dar oportunidade para pessoas com renda inferiores a ter acesso a moradia, já que nenhuma residência de “faixa 1” do programa (destinada a famílias com renda mensal inferior a R$1.800) foi contratada. O governo Temer tem ampliado as faixas do Minha Casa Minha Vida que atendem famílias com maior renda, e disse que a “1 faixa” do programa iria ser dada à partir do dia 2 de março e que a partir desse dia os trabalhadores do movimento iriam se retirar caso o presidente tenha cumprido a promessa.

O acampamento se manteve devido ao arrecadamento de dinheiro vindo da venda de camisetas e também por meio de doação de simpatizantes à causa. Figuras importantes também mostraram seu apoio ao movimento e participam de algumas atividades, como é o caso do vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy e o cantor de rap Criolo.

Contudo, alguns pedestres ironizaram o movimento como é o caso de Alice Silva chamando o protesto de “movimento dos desocupados”, a advogada diz que não apoia movimentos “anárquicos” e que Temer terá que priorizar algumas atitudes e certamente alguém terá que sair descontente, como por exemplo os trabalhadores do movimento.

 

Luiz Angelo, estudante do segundo ano de engenharia da USP e coordenador Estadual do movimento. (Foto: Bárbara Proença)

Mesmo diante das críticas, eventuais olhares tortos e invisibilidade da mídia que foram observados e ditos por militantes, Luiz Angelo, coordenador Estadual do movimento enfatizou os objetivos: “estamos lutando pela moradia digna, saúde, educação e transporte público de qualidade”.

Retirada

22 dias após a ocupação, os membros do MTST deixaram da Avenida Paulista e desmontaram o acampamento de forma pacífica em resposta à retomada das contratações da “Faixa 1” do programa Minha Casa Minha Vida. A conquista veio após uma reunião do movimento com o ministro das cidades, Bruno Araújo, no dia 8 de março.

O MTST ainda negou a desocupação da Paulista a pedido da Prefeitura de São Paulo, como havia sido divulgado pelas redes sociais do prefeito João Dória e ainda pontuou que voltarão às ruas no dia 15 para lutar contra a reforma da previdência.

Por Bárbara Proença e Sofia Nunes (1o semestre)