Gabriella Junqueira Figueiredo – (2º semestre)
A Pinacoteca de São Paulo é o museu de arte mais antigo da cidade, sendo fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo. Possui dois prédios abertos ao público: a Pinacoteca Luz e a Pinacoteca Estação. A primeira foi projetada pelo escritório do arquiteto Ramos Azevedo, no final do século XIX, e passou por uma grande reforma com o projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, no final da década de 1990. Já a Estação, inaugurada em 2004, também foi projetada por Ramos de Azevedo, mas sofreu uma grande reforma pelo arquiteto Haron Cohen, para receber parte do programa de exposições temporárias e do acervo do museu.
Atualmente, está em cartaz a exposição Enciclopédia Negra. Ela torna pública as 103 obras realizadas por 36 artistas contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela Companhia das Letras. Estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416 verbetes individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e histórias de vida apagadas ou nunca registradas. Há registros de quem liderou movimentos de resistência; negociou condições de emprego e de vida; das mulheres que tiveram de ser separadas de seus filhos; das que, com seu trabalho, conseguiram comprar as alforrias; dos mestres curandeiros, dos professores, artistas, advogados, entre outros.
Diferente da organização alfabética da publicação, a mostra está dividida em 6 núcleos temáticos: Rebeldes; Personagens atlânticos; Protagonistas negras; Artes e ofícios; Projetos de liberdade; e Religiosidades e ancestralidades. Esses núcleos misturam biografias de tempos históricos diversos, nas quais ressaltam aspectos em comum.
Ademais, as obras especialmente produzidas para o projeto foram doadas ao museu pelos artistas e integrarão a coleção da Pinacoteca de São Paulo. Reiterando o compromisso do museu com a visibilidade e a pluralidade de histórias e movimentos que se propõe a contar por meio da arte. Apoiando questionamentos contemporâneos e reverberando narrativas mais inclusivas e diversas. Além de revisar relatos consolidados na história social e institucional, no que se refere a representatividade de gênero e raça, principalmente.
A exposição está em cartaz desde o dia primeiro de maio e vai até o dia 08 de novembro de 2021. Os ingressos só podem ser comprados pelo site oficial da Pinacoteca e, por conta da pandemia do coronavírus, as visitações estão sendo feitas com horários marcados.
Outrossim, a Pinacoteca inaugurou, no dia 31 de outubro de 2020, a nova apresentação do acervo de arte brasileira, a exposição Pinacoteca: Acervo. Ela ficará em cartaz até o dia 31 de dezembro de 2025. Ocupa 19 salas divididas entre o primeiro e o segundo andar do Edifício Pina Luz, com mais de mil obras de mais de 400 artistas.
Seu acervo original foi formado com a transferência de 26 obras do Museu Paulista da Universidade de São Paulo e conta hoje com cerca de 11 mil peças. Entre elas, trabalhos de autoria de importantes artistas brasileiros, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Candido Portinari, entre outros.
A reformulação, elaborada pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria em conjunto com as outras áreas do museu, bem como em diálogo com colaboradores externos, se baseiam em narrativas mais diversas e inclusivas.