Por Clara Guimarães
Às 20h desta quarta-feira (17), no vão livre do MASP, já era possível perceber um movimento incomum de pessoas na região. Poucos instantes antes, havia sido veiculado, pela Rede Globo de Televisão, um vídeo com conteúdo denuncista que envolve o presidente Michel Temer (PMDB-SP) e o Senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Aos poucos o número de manifestantes aumentava e gritava “Fora Temer”. “Finalmente pegaram o golpista”, comemorava um senhor de barba branca. Entretanto, a esperança misturava-se com a apreensão. Apreensão pelo futuro do país. Se o Temer cair, quem vai assumir?
Rodrigo Maia, João Dória, Fernando Henrique Cardoso e Lula foram nomes citados pelo público presente. E, apesar do nome de Lula ter sido citado diversas vezes, o PT não estava na rua. O partido não colocou bandeiras ou carros de som oficiais.
Universitários eram maioria na manifestação do dia 18 de maio, junto a sindicalistas e intelectuais. Entre eles, jornalistas da Folha de S. Paulo e Jornalistas Livres, que corriam tentando registrar o momento da forma mais completa e precisa.
Por volta das 23h30, o coordenador do Povo Sem Medo e do MTST, Guilherme Boulos, puxou um grito de guerra que era repetido pelos manifestantes. Bradando, convocou a todos para marcharem em direção ao escritório da Presidência na Av. Paulista, próximo ao metrô Consolação.
Os manifestantes seguiram, então, para frente do escritório, onde permaneceram até o início da madrugada desta quinta-feira.