Editor-chefe da Rolling Stone fala na ESPM-SP sobre o jornalismo atual

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Pablo Miyazawa durante palestra na ESPM-SP. Foto: Bianca Giacomazzi.

 

Na tarde desta quarta feira (13), o editor-chefe da revista Rolling Stone, Pablo Miyazawa, ministrou uma palestra na ESPM-SP, e o bate-papo durou cerca de 1 hora. Temas como o papel do jornalista e a carreira na sociedade atual foram abordados, e também como a revista é elaborada. “O segredo da longevidade de qualquer emprego é fazer o que se gosta, trabalhar com um assunto que você se identifica e tem mais do que um mero conhecimento”.

Dirigindo-se aos estudantes de comunicação, completou: “Uma coisa que vocês vão ouvir sempre na carreira de vocês (jornalistas) é que é necessário fazer o que gosta. Nós podemos ser ligeiramente fãs, e acabar gostando daquilo com o qual nos envolvemos”.

Miyazawa tratou também de como, atualmente, o jornalista está trabalhando mais do que qualquer outra profissão, e que cada um deve tomar cuidado  com aquilo que fala. “Hoje em dia, os jovens jornalistas conseguem se comprometer em 140 caracteres no twitter, que podem ser digitados a qualquer momento e acabar eternizados”, conta.

Alem disso, o editor também explicou um pouco sobre o funcionamento da Rolling Stone. “Ela existe há 46 anos nos Estados Unidos, e foi lançada em 2006 aqui. Ela não busca ser a mesma versão que a americana, mas sim que tivesse sua essência compreendida e transformada para atingir o público brasileiro”, disse.

Quando questionado sobre as capas polêmicas de cada edição da revista, Pablo contou que é difícil encontrar pessoas que possam ser fotografadas, pois o país não tem uma formação de ídolos para o mercado de entretenimento, e isso atrapalha a escolha do personagem. “Aqui, aqueles que são relevantes ou estão em evidência são vistos pela alta cultura como pessoas desprezíveis. Fica difícil criar personagens para a capa, e descobrir alguém que todos irão aceitar”, comentou.

Hoje, a Rolling Stone é conhecida principalmente por ser apresentada causando impacto na sociedade. Passando pelo ensaio nu do Laerte, pela história da polêmica Miley Cyrus e publicando, na última edição, uma entrevista com os rappers do Racionais Mc’s, que raramente dão entrevistas, a revista continua crescendo e atingindo um grande público-alvo.

“O jornalismo sempre vai precisar de gente boa. O jornalismo está em ponto de transição e estamos todos no meio disso. Quem se destaca tem futuro, enquanto profissionais medianos enfrentarão dificuldades”, finaliza em tom de conselho o editor.

Bianca Giacomazzi (2º semestre)