Diretora de redação da Glamour debate jornalismo feminino na ESPM-SP

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Monica Salgado comemora um ano da revista. Foto: Catharina Obeid

 

“Gosto da ideia de que a Glamour surgiu como uma revista visionária”, afirmou Monica Salgado, diretora de redação da revista de mesmo nome, no início de uma palestra destinada aos alunos de Jornalismo da ESPM-SP, organizada no dia 24 de abril, na sede da instituição. O bate-papo foi focado principalmente na comemoração de um ano da edição brasileira da revista, além de ter rendido debates sobre a atualidade e o futuro do jornalismo de moda feito no Brasil.

Monica Salgado dando palestra na ESPM-SP. Foto: Catharina Obeid

Com o slogan “for the girl with a job” (para a garota com um emprego, em livre tradução), a Glamour teve sua primeira edição em 1939 nos Estados Unidos, no princípio da Segunda Guerra Mundial, período de transformações profundas na sociedade e no universo feminino. Hoje, tem presença em 16 países. A chegada ao Brasil foi em abril de 2012.

Segundo Monica, a Glamour tenta sair do senso comum da maioria das revistas de moda e busca representar a mulher “de verdade”: “que transa, que toma um porre de vez em quando, que tem altos e baixos”, diz. A diretora considera que a revista apresenta uma linguagem mais fluida e leve do que as concorrentes, com a intenção de não só informar, mas também divertir sua leitora.

Monica afirmou que quem quer trabalhar com jornalismo de moda precisa de persistência, humildade, paciência e paixão pelo que faz. “Muitas pessoas chegam à redação achando que sabem de tudo. É muita cobrança para pouca entrega”, alertou. A ex-redatora-chefe da Vogue Brasil ressaltou, ainda, que possuir a postura adequada é essencial na cobertura da área.  “Profissionais de qualidade têm sempre espaço no mercado, mas nessa área de moda você precisa ter também uma boa imagem e saber se portar em grandes eventos”, completou.

A palestrante também aproveitou para expor aos alunos sua visão sobre o mercado de jornalismo de moda ao redor do mundo. Segundo ela, a imprensa desse segmento no Brasil é bem mais jovem e ainda enfrenta a carência de jornalistas especialistas em áreas como beleza, entre outras dificuldades. “É um grande desafio atender às expectativas de seus anunciantes, fazer seu statement, respeitar a diversidade de preços para agradar sua leitora e fazer uma revista bacana”, afirmou.

Carolina Ozzetti e Luisa Sena (1º semestre)