Depressão requer apoio e um olhar atento

Share

Milena Saiani (1º semestre)

Depressão é uma doença psiquiátrica crônica. De acordo com o médico Fábio Barbirato, Psiquiatra pela UFRJ, Titulado pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e Coordenador do Setor de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Santa Casa do Rio de Janeiro, 12% dos jovens de 12 a 18 anos sofrem de depressão, enquanto esse índice não chega a 10% entre os adultos (dados publicados no portal G1).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos. Metade de todas as conjunturas mentais começam aos 14 anos de idade, mas a maioria dos casos não é detectada e nem tratada.  O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Em todo o mundo, estima-se que 10% a 20% dos jovens têm problemas psicológicos, mas permanecem diagnosticados e tratados de forma inadequada.

Em muitos casos, os sintomas da depressão são confundidos com os hormônios da adolescência, como por exemplo: irritabilidade, rebeldia, melancolia, sono excessivo, isolamento, dentre outros, levando a doença a prosperar e causando o preconceito de que todas essas características são consequências de uma fase ou “frescura”.

Os riscos de uma depressão não tratada causam evasão escolar, abuso de drogas, suicídio e distúrbios. Assim, geram sequelas para o resto da vida. O excesso nessa fase da vida é necessário ser observado pelas pessoas ao redor, pois ele pode esconde um vazio interior.

“Minha vontade era me esconder do mundo. Minha autoestima não existia mais, a agressividade se aflorou e me afundei nas drogas. Comecei pelo excesso de álcool, para eliminar minha dor, mas a sensação no dia seguinte era horrível. Me sentia mais vazia ainda. Meus pais achavam que era frescura da minha parte, até que um dia peguei o carro alcoolizada e quase morri. A partir daí, comecei o tratamento, meus pais entenderam a doença e tudo está fluindo. O apoio, reconhecimento e a conversa com a família me mantiveram em pé. Depressão não é frescura, ela quase me matou”, compartilhou Helena (nome fictício), 19 anos.

É necessário dobrar a atenção e a empatia atualmente. O tratamento requer paciência, tempo, amor, conversa, terapia e, dependendo do caso, o uso de medicação. Reconhecimento e apoio da família são necessários.

“O remédio dá, muitas vezes, um espaço de respiro ao indivíduo que luta contra situações além das suas forças. Não quer dizer que ele precisará usá-lo para o resto da vida”, informa o psicólogo André Luiz, pesquisador do Centro de Atenção ao Sujeito no Luto (Casulu), em São Paulo, em depoimento para o site Saúde.