Correspondente do Estadão na Argentina participa de bate-papo com alunos da ESPM

O jornalista Ariel Palacios, correspondente do jornal O Estado de S.Paulo e da Globo News na Argentina, participou nesta terça-feira (12) de uma sessão de bate-papo com alunos de Jornalismo da ESPM-SP.

Palacios introduziu a palestra explicando que o interesse dos meios de comunicação brasileiros por correspondentes na Argentina começou na década de 1970, em razão de uma série de eventos que obrigou os enviados especiais a ficar mais tempo no país. A volta de Juan Domingo Perón ao poder, sua morte, o golpe militar que deu início à ditadura, a Guerra das Malvinas e a consequente queda da junta militar governista constituíram, juntos, terreno fértil para a imprensa brasileira. A presença de correspondentes no país passa a ser constante a partir de 1994.

O jornalista também comentou as particularidades e exigências de seu trabalho. Diversidade temática, autonomia, atualização sobre os acontecimentos e capacidade de escrever  continuamente tanto sobre o cotidiano quanto sobre eventuais crises são características fundamentais de um profissional do cargo, de acordo com ele. Outro requisito, mais recente, é a capacidade de se expressar de forma eficiente em diversas plataformas, como mídia impressa, blogs, Twitter, vídeos e fotos.

Outro assunto que ganhou importância foi o valor da factualidade do texto: “ela isenta o jornalista de responsabilidade sobre as diferentes interpretações morais dos leitores. Faz parte dessa objetividade factual o cuidado com as nuances ideológicas ao tentar definir posições dos governos”, disse o correspondente.

Após a palestra, os alunos da ESPM-SP elaboraram questões abordando temas de outros países latino-americanos, além da própria Argentina. Segundo Palacios, a possibilidade de Cristina Kirchner ser a herdeira política de Hugo Chávez no Mercosul é real; além disso, a morte do presidente venezuelano será capaz de afetar de modo significativo o bloco econômico.

Luiz Filipe Motta (1º semestre)

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