Brasileiro está entre os 50 melhores professores do mundo

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Eduardo Fabrício (2º semestre)

O professor de matemática Greiton Toledo, 31, está concorrendo ao Global Teacher Prize 2021, considerado o “Nobel da Educação”. Greiton é professor no Instituto Federal Goiano (IF Goiano), onde comanda o Mattics, projeto em que, por meio da matemática, alunos desenvolvem jogos e dispositivos eletrônicos de baixo custo. As produções têm como objetivo ajudar no tratamento de pacientes com Parkinson.

Raquel Moreira de Barros, coordenadora do hospital Dia do Idoso, que recebia os trabalhos produzidos pelo Mattics antes da pandemia, garante a eficácia dos jogos no tratamento. “Conseguimos com os jogos coisas que a fisioterapia normal, às vezes, não conseguiria, como manter a postura ereta do paciente, movimentação de ombro e equilíbrio”, ressalta.

Para o professor Toledo, o Mattics também auxilia na formação dos jovens, tornando-os capazes de interpretar problemas reais e intervir na sua própria realidade. “Nosso trabalho encoraja uma geração de jovens a serem cientistas da matemática e não reprodutores de conteúdos matemáticos, prática que pouco se justifica no século atual. Ao invés da repulsa ou bloqueio, os alunos acabam tendo gosto e usando seus conhecimentos científicos, matemáticos e computacionais para impactar a vida de pessoas”.

Foto: arquivo pessoal.

O Global Teacher Prize está em sua sétima edição, em que participaram mais de 8 mil profissionais de 121 países, avaliados não só por seus projetos, mas também por toda sua trajetória pessoal e profissional. O vencedor ganhará US$ 1 milhão, sendo que nenhum sul-americano conquistou o prêmio até hoje.

O professor revelou que a matemática e a ciência sempre estiveram muito presentes em sua vida. Aos 13 anos já sabia que seguiria essa carreira e que atuaria na escola pública, aos 14 escreveu uma proposta de meio ambiente para a Fiocruz, que foi premiada e, em 2016, ele foi um dos vencedores do prêmio Educador Nota 10.

Foto: arquivo pessoal

“A escola e a universidade pública me formaram, sou fruto da instituição pública. É um grande privilégio poder representá-las. São feridas brasileiras, assim como a matemática, que vem ao longo de um processo histórico-cultural, amargando péssimos resultados. Então colocamos um ponto de pauta para políticas públicas eficientes, a fim de mobilizar em sala de aula a criatividade, inovação e cientificidade do conhecimento matemático”, comentou Greiton sobre a importância de estar entre os 50 finalistas.

Foto: arquivo pessoal