A alegria nas pequenas coisas

Share

Manuela Margini – 4º semestre de Jornalismo

Lá vou eu para mais uma volta para casa, depois de um dia de faculdade. Hoje, a fila para entrar no metrô está pequena, apenas duas mulheres na minha frente, já percebo que não vou ficar nas duas cadeiras da janela. Assim que o metrô chega, nós três entramos.

A primeira senta na janela, já a segunda senta na cadeira do corredor. Quando vejo, já estranho, mas aproveito e vou em direção a janela. Quando me aproximo da menina, ela escorrega para a cadeira a que eu estava me direcionando, já fico confusa e decido ir para o lugar da ponta. Quando vou sentar, a menina escorrega de novo na minha direção, nesse momento já comecei a ficar irritada.

Segundos se passam e eu tento sentar de novo, quando chega uma amiga da menina pedindo desculpa e sentando no corredor. Na hora que percebi o que tinha acontecido, olhei ao redor procurando algum lugar livre, porém todos já estavam ocupados, apenas os preferenciais estavam livres.

Tive que ocupar um assento preferencial e fiz questão de sentar na frente das duas meninas, minha cabeça estava fervilhando de raiva. Eu não acreditava que aquela menina com uniforme de colégio tinha guardado lugar. Me senti na época de escola que as pessoas guardavam o lugar para os amigos no ônibus de passeio.

Duas estações à frente, uma senhora entra no vagão e me sinto no dever de ceder o meu assento a ela. Apesar da minha gentileza genuína, a raiva ainda me consumia. Depois de um dia cheio de estresse e cansaço, aquilo foi a gota d’água para me deixar de mau humor.

Quase chegando ao meu destino, uma mãe com o seu filho que parecia ter menos de cinco anos de idade entra no metrô e se senta com o menino em seu colo. Ele usava uma camiseta branca com dinossauros verdes e um shorts marrom. Em sua mão carregava um pirulito também marrom que estava sendo usado mais como um brinquedo do que como um doce.

O menino colocava o doce na boca, tirava e passava a mão, depois lambuzava seus lábios com o pirulito. A felicidade no rosto da criança era nítida e a preocupação com a sujeira que estava fazendo era inexistente.

No momento que percebi a alegria do garoto por um simples doce, a raiva toda que estava dentro de mim se foi. Todos deveriam ser iguais àquele menino, e passarem a serem gratos pelas pequenas coisas do dia a dia, e tornar os fatos ruins coisas insignificantes perto das boas.