A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia Antunes Rocha, foi a principal convidada de seminário organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e ESPM-SP, ontem (7), no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. Com o tema principal “Liberdade de Imprensa no Brasil: da Constituição à realidade”, o seminário foi composto por mesas sobre a importância da democracia e da liberdade, o assédio judicial a jornalistas, os perigos da inteligência artificial (IA), e a desinformação em períodos de eleição. O evento teve apoio e participação do Consulado Geral dos Estados Unidos, do Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), da Abraji, da Agência Comprova, da Folha de S. Paulo, da Agência Mural de Jornalismo das Periferias e da ESPM-SP.
O presidente da ESPM, Dalton Pastore, o Cônsul Geral dos Estados Unidos em São Paulo, David Hodge, e a presidente da Abraji, Katia Brembatti, realizaram os discursos de abertura, salientando a relevância do debate sobre a liberdade de imprensa e o jornalismo contemporâneo. Em seu discurso de abertura, Cármen Lúcia deu foco à importância da democracia, à qual nomeou como “primeiro dos direitos fundamentais para a vida em sociedade”: “Quando se fala em liberdade, a gente sempre está falando de democracia. Quando se fala de liberdade de imprensa, igualmente está se dando realce para algo que é essencial para que a gente tenha uma democracia fortalecida e cidadãos devidamente informados”, diz a Ministra.
A ministra, também eleita presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e cuja posse ocorrerá em junho, concluiu sua fala com a ideia dos quatro V’s: volume, velocidade, viralidade e verossimilhança. O volume se referiria ao número de informações disponível hoje em dia, que pode causar reflexão ou falta de atenção. A velocidade impediria o entendimento da complexidade dos fatos. Já a viralidade contaminaria a todos, como o Coronavírus: “Essa pandemia da desinformação não atinge primeiro o pulmão, mas sua liberdade”, afirmou Cármen. Por último, a verossimilhança remeteria à manipulação da realidade que os outros conceitos causam, um dos principais desafios que devem ser combatidos pela imprensa atual.
A palestra foi encerrada com um relato da Ministra sobre as manifestações da década de 1980, em que eram entoados um trecho de “Fullgás”, canção interpretada por Marina Lima, destacando a estrofe “Você me abre seus braços, e a gente faz um país”: “Um país se faz com amigos de cidadania, de liberdade, principalmente com a juventude que acredita no seu presente e no seu futuro, que são todos vocês”, completou Cármen Lúcia.
Fotos da galeria a seguir: Guilherme Paiva e Maria Travalin