Uma Vila que cresce cheia de histórias

De Matadouro Municipal a um dos bairros mais nobres de São Paulo em pouco mais de dois séculos. A Vila Mariana surgiu na época do Brasil Colônia, por volta de 1782, e recebeu esse nome por decisão de um Coronel da Guarda Nacional que fundiu os nomes Maria, de sua mulher, e Anna, de sua mãe.

Segundo consta no site São Paulo Minha Cidade, o bairro, localizado na zona sul paulistana, teve sua história iniciada com a fundação do Matadouro Municipal, que estimulou o aumento populacional na região. Hoje, funciona no local, no Largo Senador Raul Cardoso, a Cinemateca Brasileira.

A construção de uma via-férrea e o posterior funcionamento de um bonde aconteceram em seguida à chegada do Matadouro. Por ser uma área de conexão entre São Paulo e Santo Amaro, os trilhos acabaram por trazer muitos imigrantes. O resultado disto foi o surgimento do comércio nas proximidades da linha férrea.

Com a Revolução Paulista de 1924, as instalações elétricas do bonde foram afetadas, dando margem ao aparecimento de transportes coletivos. Com a chegada desses novos meios, a população começou a se espalhar por um raio mais extenso, já que os novos sistemas de transporte possibilitavam que não se vivesse apenas ao redor da ferrovia. A expansão das dimensões da Vila Mariana fez com que o bairro crescesse não só populacionalmente, mas também ampliasse seu comércio.

Outro marco na história da Vila foi a construção do Instituto Biológico, finalizada em 1945. Apesar de o objetivo inicial da instituição ter sido o controle de pragas nos cafezais, ele terminou por se firmar como uma organização voltada ao estudo da Biologia.

Moradores da Vila

Atualmente, a Subprefeitura da Vila Mariana – responsável pelos distritos de Moema, Saúde e Vila Mariana – administra a vida de 345 mil habitantes distribuídos em uma área de 27 km². Segundo informações disponíveis no site da instituição, essa população varia entre pessoas que vivem no local há muito tempo e moradores que se mudaram recentemente para o bairro.

Para o professor Ricardo Zagalo, 45 anos, que mora na Vila desde criança, uma das vantagens de habitar na região é a comodidade em residir perto do trabalho. “É um bairro que realmente parece uma vila, com casinhas e muitas árvores”, diz.

Rackel Noemia Kutner, 80 anos, que também vive na Vila Mariana desde seu nascimento, nota um diferencial no ar do bairro em relação ao resto da cidade. “Quando você entra em São Paulo e chega à Vila Mariana, sente a diferença do ar. Aqui é frio”, enfatiza. Além disso, ela destaca a vantagem de usufruir da presença do Parque do Ibirapuera para a prática de exercícios.

Isabela Ubida, 19, veio do interior de São Paulo com o objetivo de cursar faculdade na ESPM e vive na região há quatro meses. “Gosto do bairro. É muito tranquilo e bem diferente do centro da cidade”, declara.

No entanto, os moradores concordam que existem aspectos que poderiam ser melhorados. “Por ser um bairro com preços muito altos, é bem elitizado”, lamenta Zagalo. “Apesar de existir uma comunidade próxima a minha casa”, complementa o professor.

“Há muitos mendigos nas ruas, o que eu acho perigoso”, explica Isabela. Ela também afirma que a falta de policiamento nas ruas é outro fator preocupante. “Se houvesse mais policiais pelo bairro, o número de assaltos cairia bastante”, argumenta.

A Vila Mariana é também repleta de entretenimento de qualidade e gratuito. O SESC Vila Mariana e as feiras livres, que acontecem regularmente, são exemplos de lazer que a população pode encontrar. Além disso, bares e restaurantes movimentam o cotidiano da região.

Serviço

Daniella Gemignani e Lara Junqueira (1º semestre)