Um outro olhar sobre a ESPM Social

“Cada social se completa de um jeito, de alguma forma, tornando esse um lugar de extremo aprendizado, você sai uma pessoa muito melhor e valoriza muito mais as coisas”, diz Ricardo Zampol.
A ESPM Social é uma entidade que auxilia ONGs e instituições de caridade a se reestruturarem e se desenvolverem por consultoria de marketing, gestão e comunicação social, visando melhorar os indicadores sociais, ambientais, pedagógicos e culturais.
De acordo com site da entidade, há quatro objetivos que buscam preparar os alunos para o mercado de trabalho: Desenvolvimento Comunitário (levar conhecimento por meio dos trabalhos, possibilitando ao aluno ser um agente transformador), Didático Pedagógico (inserir o aluno no contexto real das discussões sobre Responsabilidade Socioambiental e Ética Empresariais, amadurecê-lo para proporcionar consciência de cidadania, ética e responsabilidade corporativa), Institucional (buscar a prática da ética corporativa, da responsabilidade socioambiental e da sustentabilidade através de ações que envolvam professores, funcionários e terceirizados, proporcionando um novo olhar sobre esses temas e pratica-los), Acadêmico (transformar esta experiência na produção de reflexões sistemáticas sobre o papel que empresas e empresários têm na transformação social, sobre qual o papel de uma Instituição de Ensino Superior na formação de futuros executivos com mentalidade socialmente comprometida, além de todos os assuntos relacionados à ética, responsabilidade socioambiental, geração de renda e melhoria dos indicadores sociais.
Para a gestora de recursos humanos da Social, Carolina Awada, 22 anos, o processo seletivo é feito pelos próprios integrantes da Social, todo o processo é elaborado pela equipe do RH, auxiliado pela gestora de Consultoria Luiza Boar, tudo com o apoio do coordenador, o professor Frederico Lucio.
Caroline do Carmo de 20 anos, diz que a integração dos novos membros começa com uma viagem feita com todos os integrantes da Social, além de contar com a presença de antigos membros que já passaram pela entidade. Os novos membros, primeiro começam pela área de Consultoria, todos passam pelo mesmo processo, a menos que abra vagas em outras áreas.

Castelinho da Social. Foto: Urssula Nobre.

O processo de escolha dos gestores é feito pela atual gestão. Primeiro é feita a resolução de um case (um problema apresentado para os participantes que eles terão que solucionar), depois eles apresentam o projeto para resolver esse problema, após isso, os participantes escolhidos são chamados para uma entrevista com todos os gestores e com o coordenador da Social, e com isso, eles verificam se a pessoa está apta para assumir o cargo em questão, diz a atual gestora de Relacionamento Institucional, Júlia Paes, 19 anos.
Os critérios de escolha das ONGs são feitos através de uma análise presencial em cada uma das inscritas no programa, os integrantes da área de RI visitam essas ONGs, conhecem os problemas que elas apresentam, e através de um questionário, eles selecionam as que estão mais necessitadas, e aquelas que eles estão mais aptas a ajudar. ”A nossa consultoria é de gestão, marketing e comunicação, então, nem sempre os problemas são adequados para a nossa consultoria, procuramos ONGs que tenham problemas que possam ser resolvidos com essa consultoria “, diz Lucia Lopes, 19 anos, integrante da área de Relações Institucionais. “Quando as vagas disponíveis são preenchidas pelas ONGs, as escolhidas passam por um processo de integração, o RH divide oito grupos de quatro pessoas, que são membros da área de Consultoria (formados pelos novos integrantes da Social) e esses grupos são indicados a auxiliar uma ONG. Eles analisam o histórico da ONG, o financeiro, todas as áreas, como se fosse uma empresa. Depois dessa análise eles começam um plano de ação, com ações que devem ser cumpridas em um ano”, ressalta Lucia.
Ricardo Zampol, 21 anos, gestor da área de Projetos, comenta que quem busca os patrocinadores é o setor de RI, e a área de Projetos tenta entrar em contato com eles. “Nem sempre eles têm sucesso, dependendo do projeto, alguns patrocinadores não conseguem ajudar, às vezes não estão com a mesma disponibilidade quanto estavam em outros projetos, em outras conseguem patrocinadores de projetos passados”. Marina Ippolito, 19 anos, que trabalha também na área de Projetos, completa dizendo que, se eles estão querendo fazer algum evento, que até, então, não tinha, eles procuram sites de patrocinadores que estão relacionados, mandam um e-mail com o descritivo do projeto, caso eles tenham interesse, a área de Projetos entra em contato com eles. Uma outra maneira é quando eles conseguem algumas parcerias, por conta de outras entidades, caso eles estejam fazendo um projeto com alguma entidade que esteja junto, eles perguntam se essa entidade tem contato de algum patrocinador e com isso eles vão em busca de estabelecer um patrocínio com elas.

Os membros da Social relatam o porquê escolheram essa entidade

Alguns sociais contam suas histórias relacionadas com a entidade. Foto: Urssula Nobre.

“Eu escolhi estar na Social a partir do momento que eu via as pessoas com as roupas da Social na faculdade, sempre me simpatizava mais com elas, porque elas sempre estavam sorrindo para você, sempre puxando conversa, independente de que área elas focem, “tipo” não só RH, porque a Paola que era ex-gestora sempre me chamava atenção, então tudo que eu ia, palestras, trotes, tudo isso eu gostava, aí eu resolvi prestar. Aqui foi onde eu fiz minhas maiores amizades da faculdade, não tem comparação o nível de amizade que eu tenho aqui com o pessoal da sala, eu acho que aqui você acaba construindo esse laço, por que as pessoas estão com o mesmo objetivo que você, elas se preocupam com o próximo, elas têm isso interiorizado, por isso que eu procurei aqui, para ficar perto de pessoas que parecem mais comigo” diz Lucia Lopes.

“Eu resolvia prestar a Social, assim, dês que eu entrei na ESPM eu já sabia que eu queria a Social, porque a minha irmã já fazia ESPM, ela já tinha me falado “Nossa, essa entidade tem muita a sua cara”. Porque a minha vida inteira eu sempre quis me dedicar ao trabalho voluntário, então, dês que eu era pequena, dês da escola, eu sempre gostei, sempre me interessei por isso. Quando eu entrei na faculdade e eu vi que tinha um espaço desse, que eu poderia fazer o que eu gostava, e ao mesmo tempo, aplicar o que eu aprendia na sala, falei  “É aqui que eu quero estar”, presei o processo seletivo no primeiro semestre de vez e passei, entrei, e estou no meu terceiro semestre, eu não troco, acho que todos deveriam ter essa experiência, é apaixonante, você vê as pessoas (está se referindo aos integrantes da Social), vê que elas tem um brilho diferente, e você quer ter esse brilho, porquê é uma coisa que te chama atenção”, relata Julia Paes.

Uma história que marcou a vida dos sociais que realmente fizeram eles pensarem que a Social realmente faz a diferença

“Um dia que me marcou muito, foi “O Dia dos Idosos”, que a gente foi em um asilo passar a tarde com eles, fizemos lanches, teve bingo, a gente deu rosas e foi muito especial, porque, você percebe que eles ficam lá, eles têm carinho, mas falta alguma coisa. Eles ficaram muito felizes, eles agradeceram, falaram como nós somos pessoas especiais. E teve uma senhorinha que ela foi excepcional, ela disse que escreveu o nome da gente em um papel para rezar para a gente todos os dias, e foi bem tocante.

Outro projeto que me marcou foi o do “Doçuras e Travessuras”, foi aquele que a gente fez a venda de docinhos na faculdade e arrecadamos um dinheiro muito bom, com isso, beneficiamos uma ONG chamada Casa de David, e foi na época do natal, e eles estavam pedindo quites, e com esse dinheiro nos montamos vários quites (com lençóis, roupas, roupas íntimas) agente levou na Casa de David, que é uma ONG de pessoas com deficiência intelectual, e acho que foi a vez que eu mais fiquei chocada, que mais me tocou, em ver o que eles passam, todas essas pessoas a família deixa na ONG porque não tem condição. Você entra lá e muitos deles vêm te abraçar, e querem andar de mão dada, querem ficar o tempo inteiro com você, por que eles não têm esse afeto, e eles gostam disso, então foi muito legal, mudou muito a minha visão”, conta Caroline do Carmo.

Paolo Correia de 20 anos, trabalha na área de projetos, diz que o dia mais marcante pra ele foi quando a Social fez um dia de beleza com as funcionárias da ESPM, em comemoração ao dia da mulher “ A gente fez um dia de beleza para as funcionárias, algumas alunas que sabem maquiar, fazer cabelo, essas coisas, se disponibilizaram e fizeram um dia de beleza para elas, foi um dia que elas se sentiram muito bonitas, muito valorizadas, algumas até choraram de emoção, agradeceram a gente, então, foi uma coisa assim, pra mim, se tivesse que escolher um projeto que me marcou seria esse. Marcela Forte de 19 anos, sua companheira na área de Projetos, reforça a gratidão que as funcionárias demonstraram pelos integrantes da social, por proporcionar esse momento tão incrível.

Os integrantes dizem que a social muda a visão de mundo

Ricardo Zampol refere-se a Social como algo que mudou seu jeito de ser, de ver o mundo e o tornou uma pessoa muito melhor “ O primeiro contato que eu tive com a Social foi no Trote Solidário (projeto que eles integram os calouros da faculdade com crianças carentes e fornecem um dia de total diversão, com várias atividades), eu não fazia ideia o que era a Social, mas eu queria fazer parte, tinha achado incrível tudo aquilo que eu tinha passado, então eu prestei Social, mas eu não sabia o que era, eu não fazia ideia do que era consultoria (a primeira área que os novos membros entram para trabalhar) eu não sabia fazer uma consultoria, e depois eu vi que era muito mais do que isso, que a Social não era só trabalho, ela era meio que um elo de muitas pessoas, ela era um enorme aprendizado, em todos os sentidos da sua vida. Então, foi aqui que eu conheci uma das melhores pessoas da minha vida, que eu aprendi muito a ser mais humano, que eu consegui passar um pouco disso que eu aprendi para os outros e hoje eu vejo que eu estou saindo daqui uma pessoa muito melhor do que eu sempre tentei ser, por conta das pessoas que estão aqui dentro, por conta de tudo que a gente faz junto. ”

Julia Paes conta que na verdade ela não sabe como é estar na ESPM sem estar na Social. “Eu entrei na ESPM e logo entrei na Social, então não tenho muita noção disso. O que fez mudar muito o meu jeito de ver as coisas, foi quando eu entrei na ESPM, eu tinha 17 anos e eu queria abraçar o mundo com os braços as pernas do jeito que eu poderia abraçar, eu queria fazer tudo ao mesmo tempo, e eu entrei na Social, e foi uma coisa que me ajudou muito nisso, fazer as coisas uma coisa de cada vez, eu cresci muito depois que eu entrei na Social, já tem um ano e meio que eu estou aqui, eu entrei com 17 anos e agora eu tenho 19 anos, e “tipo”, a Social me ensinou a enxergar as coisas  de um jeito diferente, por exemplo, quando eu tenho um problema, eu acho que o meu problema é o maior problema do mundo, mas ai eu paro e penso, que “tipo” tem gente que a gente ajuda que tem problemas muito maiores que os nossos, tem uma ONG quase fechando e eu acho que o meu problema e o maior do mundo, não paro para pensar no problema deles, a social me ajudou a ver essas coisas de um jeito diferente.”

Os sociais relatam o que a entidade é para eles

“Cada social se completa de um jeito, de alguma forma, tornando esse lugar um lugar de estremo aprendizado, um lugar que você sai uma pessoa muito melhor, você valoriza muito mais as coisas” “A Social é transformadora “, afirma Ricardo Zampol.

“Você vai estra preparado para o mercado de trabalho, aqui você forma a sua identidade, sempre tentando fazer a diferença”, diz Paulo Correia.

“A Social tem o intuito de fazer a diferença no mundo por menor que seja ela”. “A Social ao mesmo tempo que ela é completa, eu acho que ela te completa, eu não conseguiria fazer essa faculdade se eu não estivesse na Social, acho que eu estraria meio vazia, eu acho que quando você faz parte de uma entidade, que no nosso caso a Social, você acaba evoluindo muito e tem um propósito muito maior com você e com a sua faculdade”, relata Marina Ippolito.

Quer saber um pouco mais sobre a Social? Então entre no site deles e descubra.

http://www2.espm.br/espm/responsabilidade-social/espm-social

Urssula Nobre (2 semestre)