Pelo Mundo ESPM – Amazônia
Gabriella Lodi e André Cirri (1º semestre)
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Localizada majoritariamente na região Norte do Brasil, é também conhecida como “Floresta da chuva” devido à elevada umidade e precipitação. A floresta é uma essencial reguladora climática para o planeta, responsável pela formação dos famosos “rios voadores”, que transportam bilhões de toneladas de água para outras regiões do globo. Além de deter cerca de 15% da biodiversidade do planeta, a região contém a maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia Amazônica, cujo o principal e mais extenso rio, o Amazonas, corta o território para desaguar no Oceano Atlântico.
Um dos principais afluentes do Rio Amazonas é o Rio Negro. Ele percorre a Colômbia, a Venezuela e o Brasil, mas a maior parte do seu percurso fica no estado brasileiro do Amazonas. A água escura do rio é resultado da decomposição da matéria orgânica de pântanos e de lama. Nas proximidades de Manaus, o rio Negro se encontra com o rio Solimões, que tem coloração barrenta devido aos sedimentos que carrega no trajeto pela Cordilheira dos Andes. Com diferentes temperaturas, velocidades e densidades, quando há o encontro entre esses dois rios, as suas águas não se misturam, elas correm paralelamente por aproximadamente 6 km formando um fenômeno natural. Depois da união dos dois rios, eles formam novamente o rio Amazonas, em território brasileiro.
Manaus, a capital do estado brasileiro do Amazonas, é também um importante ponto de partida para conhecer a região Amazônica. Popularmente conhecida, no passado, como a “Paris dos trópicos”, devido à rica herança arquitetônica e cultural da era da borracha, Manaus é uma cidade de grande importância econômica e social no Brasil. A capital possui o maior porto flutuante do mundo, o Porto de Manaus, construído no auge do ciclo da borracha. Além disso, é o maior centro urbano da região da Amazônia no Brasil, cujo crescimento foi marcado pela chegada das indústrias após a criação da zona franca durante o regime militar. Atualmente marcada por um triste cenário, a cidade e o restante do estado se configuram como um dos principais centros de crise no Brasil devido à pandemia do coronavírus. O sistema de saúde do Amazonas entrou em colapso e os sepultamentos começaram a ocorrer em valas comuns.
No entanto, é válido ressaltar que Manaus é um importante centro cultural da história brasileira. Um dos principais símbolos culturais e arquitetônicos de Manaus é o Teatro Amazonas. Inaugurado no dia 31 de dezembro de 1896, sua construção foi baseada no estilo renascentista e feita com materiais majoritariamente importados da Europa, principalmente da França, Escócia e Itália. O projeto luxuoso do teatro visava atender a elite amazonense da época, que idealizava Manaus como uma grande cidade europeia. A decoração interna foi coordenada e realizada por Crispim do Amaral, artista pernambucano, e o italiano Domenico Ângelis. O teatro pode acomodar até 700 pessoas e foi tombado como patrimônio histórico nacional em 1966. Localizado no Largo São Sebastião, o estabelecimento recebe em média 288 mil pessoas por ano, e funciona de terça a sábado, das 9h às 17h, cidadãos amazonenses não pagam, e turistas pagam 20 reais pela entrada inteira.
Assim como o Teatro Amazonas, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, conhecido como “Mercadão”, também é um símbolo arquitetônico e cultural do período áureo da borracha. Inaugurado em 1883, pelo presidente da província, José Paranaguá, o mercadão atende aos padrões da arquitetura em ferro, muito usada no mundo após a Revolução Industrial.
Além disso, a capital amazonense possui vários Museus que abordam e enaltecem a riqueza cultural e natural da região. O MUSA, Museu da Amazônia, também conhecido como Jardim Botânico de Manaus, Adolpho Ducke, é um parque na capital com uma enorme área de floresta nativa. Há no local, um museu com ferramentas indígenas, cinco trilhas pela mata, uma tenda que abriga exemplares da flora, aquários e exposições, e uma torre de observação para floresta de 40 m. Outro museu relevante da cidade é o Museu do Seringal. O museu foi construído como cenário do filme A Selva, de 2002, que reproduz a Vila Humaitá no final do século 19, no período em que a borracha era a principal atividade econômica da região. Na visita, mostram-se todos os estágios da produção da borracha, a partir das seringueiras.
Segundo o Portal Amazônia, existem alguns núcleos indígenas na zona rural do município de Manaus, na região do Baixo rio Negro, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé. Atualmente, dois núcleos se destacam no receptivo de turistas na reserva, os tatuyos, tuiucas e dessanas, residentes na comunidade São João do Tupé. Na visita turística ao local é possível observar os costumes, cantos, danças e rituais típicos das tribos e ainda comprar seus instrumentos artesanais. A visita à Reserva promove tanto a valorização cultural desses povos, quanto o apoio à geração de trabalho e renda por meio do turismo sustentável.
Além disso, na comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a 80 km da capital, encontra-se a vila do Acajatuba. O local foi criado em 1976 e é formado por aproximadamente 240 pessoas. O acesso à comunidade é feito apenas de barco pelo rio Negro. A escola, Sagrado Coração de Jesus, localizada na comunidade, educa mais de 35 crianças e adolescentes e recebe visitas de escolas paulistanas como a escola Nossa Senhora das Graças todos os anos, na qual se realizam trocas de conhecimento e atividades educativas entre os jovens. A vila possui artesanato, futebol, festas e um forte senso de coletividade para manter a comunidade funcionando, tanto economicamente com comércios e plantações, quanto socialmente com estudos e atividades comunitárias.