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“Os Mercenários 2” ilustra força dos filmes de ação

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Com um elenco de veteranos do gênero de ação que inclui Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis, Chuck Norris e Jean-Claude Van Damme, o filme “Os Mercenários 2” estreou na última sexta-feira (31 de agosto) cercado por forte expectativa. A história central da franquia, que gira em torno de um grupo de mercenários, classificados como dispensáveis, rendeu cerca de US$ 28 milhões em sua estreia norte-americana e promete fazer jus aos sucessos do gênero – um filão sempre lucrativo da indústria do cinema.

Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis em uma das cenas de “Os Mercenários 2”

 

O ponto de partida da sequência é o assassinato de Tool (Mickey Rourke), a alma do grupo, durante uma missão. Jurando vingança, os outros mercenários descobrem que sua filha, Fiona, também decidiu fazer justiça, mas acabou nas mãos de um ditador que planeja destruir o movimento de resistência. Barney (Stallone) e os mercenários devem, então, arriscar tudo para salvar a moça e a humanidade.

O filme liderou a bilheteria norte-americana após sua estreia no dia 17 de agosto, arrecadando US$ 28 milhões (R$ 56,4 milhões). Entretanto, apesar do bom resultado, o filme não conseguiu bater os números alcançados pela primeira parte da franquia, que em 2010 arrecadou US$ 34,8 milhões no fim de semana de estreia.

A ação nas salas brasileiras – Até a data da estreia do filme, no final de agosto, ainda havia outras cinco obras de ação em cartaz (além de “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros” e “O Legado Bourne”, que estreiam no dia 7 de setembro, sexta-feira) nos cinemas do Brasil: “2 coelhos”, “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, “O Vingador do Futuro”, “Os Vingadores” e “O Espetacular Homem-Aranha”. Tantas exibições – e bilheterias de sucesso – apontam que o gênero não perdeu força entre o público. Segundo Kleber Mazziero, mestre em Comunicação Social, maestro, cineasta e autor do documentário “London, 1 year to go”, “o cinema de ação estabelece uma personagem-heroi que encanta o espectador, desejoso de ser feito à imagem e semelhança do Good Guy”.

De acordo com ele, o cinema de ação solicita pouco do espectador (a trama não traz reflexões psicológicas ou filosóficas complexas), ao mesmo tempo em que não o trata como alguém incapaz, oferecendo tramas que demandam desvendamentos situacionais, que o espectador consegue decifrar e que o ajudam a se colocar como parte do enredo. “O filme de ação levanta a autoestima do espectador”, concluiu.

Para Gabriel Fabri, autor do blog Pop with PopCorn (de Cinema e Música), os filmes de ação geralmente são construídos (da mesma forma que qualquer outro filme comercial) com o objetivo de obter o máximo de sucesso, buscando aquilo que agradará o público, desde o processo de desenvolvimento até a edição e a divulgação. “Explosões, mulheres quase nuas, violência, heroísmo, obstáculos físicos ou morais, um herói/vilão ou um personagem que não é nem um nem outro – é muito fácil se envolver com esses itens, por isso quase todo filme de ação tem uma porção deles e faz tanto sucesso”, explica.

Limitações – Entretanto, esta fórmula promissora de sucesso tem seus problemas – alguns já bem conhecidos pelos críticos e espectadores mais exigentes. A maioria das grandes produções do gênero usa e abusa dos clichês, criando um tipo de enredo repetitivo e que poucas vezes traz inovações. “Eles divertem quando razoavelmente elaborados, mas são rasos, superficiais, gratuitos, sem profundidade. Repetem-se fórmulas e os filmes não agregam nada ao espectador além de entretenimento descompromissado”, avalia Fabri. Segundo ele, em todos os gêneros existem exemplos de filmes dessa natureza, mas , em função dos custos para produzi-las, executá-las e divulgá-las, as obras de ação devem gerar boas receitas e, por isso, encontram maiores barreiras à inovação. “É preciso muita criatividade para fazer um filme de ação mais inovador”, comentou.

Mas nada disso torna esse gênero “menor” que os outros. “São produções extremamente bem acabadas, realizadas com apuro técnico e que levam ao espectador entretenimento; e o cinema é, também, entretenimento”, defende Mazziero.

Enquete mostra filmes favoritos de ação entre leitores do Portal de Jornalismo ESPM-SP

 

 

 

 

 

Longevidade – Não é só das produções atuais que vive o gênero. Uma enquete realizada pelo Portal na internet (veja box ao lado) questionou as pessoas a respeito de seus filmes de ação favoritos; entre os cinco que se encontram em cartaz no momento, pedimos que o leitor escolhesse três ou citasse outros que fossem seus prediletos. Dentre as respostas, chamou a atenção a quantidade de filmes mais antigos sugeridos. Entre eles, “Duro de Matar” (1988), “Máquina Mortífera” (1987), “Rambo” (1982), “Clube da Luta” (1999), as franquias 007 e Indiana Jones, “Cães de Aluguel” (1992) e “O Exterminador do futuro” (1984). Ou seja: o sucesso dos filmes de ação é algo atemporal, que permite que, três décadas depois (como no caso de “Rambo”), as obras continuem a ser discutidas e eleitas como preferidas pelos amantes do gênero.

Com profundidade ou não, portanto, o filme de ação consegue captar a “necessidade das pessoas de se afirmarem, e, sobretudo, de afirmarem a supremacia do bem sobre o mal”, como citou Kleber Mazziero. Novamente, o cinema é, também, entretenimento, e os longas de ação conseguem transformar diversão em lucro e gravar na memória coletiva suas histórias e personagens. Resta, agora, saber se “Os Mercenários 2” seguirá o mesmo rumo.

Serviço
Os Mercenários 2
País de produção: EUA
Elenco: Sylvester Stallone, Bruce Willis, Jet Li, Jason Statham, Jean-Claude Van Damme, Terry Crews, Randy Couture, Steve Austin, Chuck Norris, Novak Djokovic, Liam Hemsworth
Direção: Simon West
Ano: 2012
Gênero: Ação
Duração: 102 min.
Distribuidora: Imagem Filmes

 

Giovanna Mazzeo, Laís Cebollini Guidi, Natália Rossi e Talitha Adde (2º. semestre)

 

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