Oficina de Documentários estreia com a vida Sérgio Vieira de Mello
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Desde o segundo semestre de 2013, os alunos do curso de Jornalismo da ESPM têm a oportunidade de fazer parte da Oficina de Documentários. Em lembrança ao décimo aniversário da sua morte, os alunos decidiram por fazer um documentário sobre a vida de Sérgio Vieira de Mello, um brasileiro conhecido internacionalmente por seus trabalhos de pacificação no mundo pela ONU.
Sob a direção do professor da ESPM-SP, Silvio Henrique Vieira Barbosa, os alunos buscaram por profissionais que trabalharam com Sérgio ou que conheciam e admiravam seu trabalho. “Após minha orientação nas reuniões de trabalho, os alunos realizaram todas as entrevistas sozinhos, recolhendo ótimo material para construírem a história desse grande brasileiro e o legado de paz e esperança que ele deixou para os funcionários da ONU, para nós brasileiros e para todos os amantes da paz no mundo“, diz o professor.
O documentário Sérgio Vieira de Mello, um Brasileiro a Serviço da Paz no Mundo traz personalidades como José Ramos da Horta, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1996 e ex-presidente do Timor Leste, Giancarlo Summa, Diretor de Informação da ONU – RJ, entre outros. Cada um conta de suas experiências com Sérgio, tanto os que as adquiriram trabalhando com ele quanto os que estudaram a trajetória profissional dele. “Sérgio é celebrado como um homem vitorioso, que completou missões de paz bem sucedidas por todo o mundo.”, conta Silvio.
O vídeo inicia-se com um trecho do vídeo de boas vindas aos novos funcionários da ONU, no qual Vieira de Mello conta um pouco de sua história e experiência dentro da organização. Em seguida, vemos o primeiro trecho do depoimento de Ramos da Horta. Nele, o Prêmio Nobel da Paz de 1996 o intitula de “o Pelé da diplomacia”. Em seguida, o professor Heni Ozi Cukier e o jornalista Ricardo Sakamoto contam o que tornava, na opinião deles, o diplomata tão diferenciado.
Um dos pontos mais comentados, além da tristeza e pesar ao saberem da morte dele, é sobre a missão realizada no Timor Leste. Marcelo Dolzany de Costa, juiz federal, é um dos vários que menciona o caso durante seu depoimento, contando de sua própria experiência no local. “Mas logo quebrou o gelo […] e disse ‘Oh, porque a gravata? Que maus costumes está trazendo para essa terra?’”. Essa era a imagem que muitos passam em suas falas: Vieira de Mello sendo uma pessoa calorosa, querida, divertida e alegre, mas ao mesmo tempo, sabendo manter a seriedade nos momentos necessários.
O documentário foca em mostrar a trajetória de Vieira de Mello dentro da ONU, porém acaba-se conhecendo a personalidade dele e, principalmente, dos legados que deixou. “Ele tinha uma luz, ele tinha uma estrela.” Cukier completa.
Sérgio Vieira de Mello nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Após concluir o Ensino Médio, mudou-se para Paris, onde adquiriu o diploma de Filosofia pela Universidade de Paris. Aos 21 anos, juntou-se à ONU e trabalhou em dezenas de missões de paz no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados antes de ser nomeado Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em 2002. Morreu no dia 19 de agosto de 2003, em Bagdá, durante a explosão de uma caminhão bomba em frente ao hotel que servia de base para os funcionários da ONU.
Carolina Cunha (1 semestre)