Museu do Café, a arquitetura e história do grão no Brasil e no Mundo

Lívia Donarumma – 2° semestre

Inaugurado no dia 7 de setembro de 1922, na cidade de Santos, o Museu do Café reúne tradição, arquitetura, história e sabores. Exaltando o principal produto brasileiro de exportação no final do século 19 e trazendo uma experiência que vão desde o início do cultivo do grão até a consolidação do café como um dos símbolos nacionais. O local apresenta uma exposição permanente, além de obras de arte, mobiliário da época e uma cafeteria.

Ao entrar no prédio de estilo eclético com cerca de 6 mil m 2, encontra-se a sala do pregão, que era o espaço onde aconteciam as negociações que fixavam as cotações diárias das sacas de café. A disposição do mobiliário, em estilo art noveau, representa a hierarquia da antiga bolsa: 11 cadeiras principais destinadas ao presidente, ao centro, e aos secretários, ao lado, e as outras 70 ao redor, aos corretores. Produtores e exportadores assistiam às sessões no mezanino. Os pregões aconteceram até o ano de 1950.

A pintura da parede da sala mostra as transformações urbanas e econômicas da cidade de Santos pela percepção artística de Benedito Calixto, um dos maiores pintores brasileiros do século 20. Nela estão três elementos maçônicos, com figuras da fauna brasileira e molduras no estilo renascentista também do pintor paulista.

Ao centro da pintura tríptico, está a tela “A Fundação da Vila de Santos – 1545”, que representa o momento da leitura pública do Foral de Elevação do povoado à categoria de vila. No lado esquerdo do tríptico, uma pintura denominada “O Porto de Santos em 1922”, mostrando uma pequena vila. A tela é ladeada por imagens dos brasões do Brasil Colônia e do Brasil Reino, com as frases “Trabalho e Ordem” e “Lavoura e Comércio”, que representavam cada período.

No lado direito do tríptico, mostra a mesma região da vila 100 anos depois, chamada “O Porto de Santos em 1922”, enfoca as mudanças desencadeadas pelo comércio do café: nova estrutura portuária, ferrovia, desenvolvimento urbano e mudanças arquitetônicas. Nela, os brasões apresentados são do Brasil Império e do Brasil Colônia, com as frases de inspiração positivista “Artes e Indústrias” e “Evolução e Progresso”.

O museu também apresenta a exposição ‘A trajetória do café no Brasil’, que mostra a relação entre a cafeicultura e o desenvolvimento do Brasil, ocupa espaços no térreo e no 1º andar. A riqueza e o progresso impulsionados pelo café são traduzidos, em paineis e maquetes, pelo desenvolvimento do porto santista. E Para finalizar o passeio, a cafeteria inaugurada em 2000 oferece diversas opções de bebidas, além de grãos das mais variadas regiões produtoras.

Por mais de duas décadas, a Bolsa Oficial de Café foi um dos principais centros de negociações de café do mundo. 20 anos depois, o prédio foi abandonado e ficou fechado até 1998, quando reabriu, após ampla restauração, como Museu do Café.