Mãe de crianças com deficiências aponta falhas em inclusão de escolas
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Giullia Capaldi (1º semestre)
As declarações do atual Ministro da Educação, Milton Ribeiro, em agosto, geraram discussões nas redes sociais. As pessoas se indignaram pois, segundo ele, “crianças com deficiência atrapalham”. Com isso, os problemas acerca da educação especial vieram à tona e pessoas que convivem com deficiências denunciaram a realidade de escolas que tornam a inclusão em apenas uma fachada.
Hedrienny Cardoso é mãe de duas crianças que encantam a internet com o talento pela música. Daniel, 8, e Júlia, 7, nasceram com Amaurose Congênita Leber (ACL), uma síndrome genética rara responsável por causar perda de visão e/ou cegueira. Além disso, o menino foi diagnosticado autista. Em seu perfil do Instagram (@notasdadiversidade), Hedrienny não esconde os desafios que enfrenta para garantir aos seus filhos uma boa qualidade de vida em uma sociedade que dificulta os processos de inclusão.
A mãe das crianças diz que a primeira experiência em um colégio comum público foi “desastrosa”. A ausência de professores auxiliares, a falta de equipamentos e o desamparo psicológico eram fatores que, “não só comprometeriam os estudos de seus filhos, como também afetariam o processo de desenvolvimento”.
Entretanto, após um longo período sem atendimento durante os meses iniciais da pandemia, Hedrienny decidiu colocar as crianças no ensino privado. Segundo ela, na nova escola “ocorreu realmente um processo de inclusão”. A instituição ofereceu salas regulares com crianças com e sem deficiência, investiu em um curso de braille aos professores e garantiu acesso digno”.
Para Hedrienny, a partir das suas pesquisas, quase nenhuma escola estava preparada de fato para receber crianças com deficiência, e, para que seus filhos conseguissem atendimento digno, foi necessário muita busca.
“As crianças atípicas precisam de um contato humano mais próximo. Muitos deficientes, visuais, sobretudo, utilizam as mãos para sentir, e estão em turmas sem higiene e sem infraestrutura nos colégios”, diz.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante que “a criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação”.