Jovens buscam intercâmbio para impulsionar carreira profissional

Fachada do prédio da Education First em Cambridge, na Inglaterra, onde são realizados cursos para jovens de várias partes do mundo. Foto: Isabela Souza

Os moradores do bairro de Vila Mariana, em São Paulo, são os que mais se mudam para o exterior, segundo informações divulgadas pelo Censo 2010, realizado pelo IBGE. Os principais países de destino, de acordo com a pesquisa, são Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Japão. A maioria dos emigrantes procura as agências de intercâmbio para realizar cursos de profissionalização e graduação.

Os motivos que mais influenciam na decisão de viajar para fora do país são a ascensão profissional, devido à experiência no exterior, a imersão em outra cultura, o aprendizado fora de casa, além do entretenimento e o lazer.

Daniele Vilas Boas, officer manager da EF Cursos de Idiomas no Exterior, afirma que a experiência em uma universidade no fora do país abrange tanto a área técnica como a acadêmica, o que contribui tanto para a qualificação profissional como para o crescimento pessoal. “Quanto mais internacionalizados e preparados para lidar com a diversidade cultural, mais chances esses indivíduos têm de se projetar no mercado e se manterem competitivos”.

Ela diz que o preço de cada pacote de intercâmbio varia de acordo com o local de destino, o período de viagem e qual o curso que o cliente irá fazer, que pode ser em uma área específica, como business, ou um curso regular de inglês.

Segundo Daniele, não há um perfil único de quem se interessa pelos intercâmbios. Pessoas de todas as idades, níveis sociais e profissões buscam serviços para realizar esse tipo de programa com frequência. Apesar do custo para viajar para o exterior, a procura tem aumentado a cada ano.

Jovens

Cerca de 130 mil pessoas habitam a Vila Mariana. Desses total, 58% são jovens entre 15 e 29 anos, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo. Por estar no início da carreira profissional ou em busca de aperfeiçoar o currículo, esse é o grupo com maior tendência a procurar por esse tipo de serviço.

“O que o intercâmbio traz de diferente é aprender a conviver com coisas que você não está acostumado. Isso acaba sendo muito mais relevante que o inglês”, afirma a estudante Isabela Martins, 20 anos, moradora da Vila Mariana, que viveu no Canadá.

Morador do bairro, o estudante Gustavo Botelho, 19 anos, tem opinião parecida. Ele conta que o intercâmbio para a Alemanha o ajudou a descobrir a profissão que queria seguir. “Além disso, uma das coisas que  me trouxe foi aprender a resolver problemas de comunicação e relacionamento”.

Mariana Benvenido, 22 anos, aluna da ESPM, fará um intercâmbio para Barcelona, na Espanha, no próximo semestre. “Os motivos que me levaram a fazer essa opção foi ter a oportunidade de viajar e de conhecer novas culturas, além da questão do idioma”. A estudante conseguiu a viagem por meio da faculdade onde estuda.

Na ESPM, há duas entidades que possibilitam o intercâmbio dos alunos para outras universidades do mundo. Além da Central de Intercâmbios, a AIESEC é uma organização sem fins lucrativos formada por jovens universitários e recém-graduados.