“O jornalismo tem uma dimensão mágica”, comentou Angélica Santa Cruz, jornalista da revista piauí, durante a aula magna,realizada em parceria com a ESPM-SP para os cursos de Jornalismo e Ciências Sociais e do Consumo (CISO) na última quinta-feira (15), no auditório Renato Castelo Branco. O evento contou também com a presença do editor-executivo da piauí, Daniel Bergamasco.
Além de Angélica, os jornalistas Bernardo Esteves e João Batista Jr. também foram convidados, para uma apresentação da linha editorial da revista e um bate-papo sobre jornalismo científico e escrita de perfis.
Durante uma breve introdução, Daniel Bergamasco comentou sobre o que caracteriza o perfil editorial da revista: “A piauí ou chega antes dos fatos, ou chega um pouco depois para dar ao leitor uma análise aprofundada”, disse o jornalista.
Bernardo Esteves, jornalista científico, mostrou diversas reportagens que marcaram sua trajetória na piauí, e caracterizou essa forma de produção como jornalismo de fôlego, pois possibilita “dar tempo às conversas”. Esteves também aconselhou aqueles que gostariam de seguir na área: “O que nos [jornalistas] falta é familiaridade com o processo. A gente precisa ir trocando as verdades por verdades melhores”, completa.
Ao final de seu discurso, relembrou uma fala da jornalista Marina Walker Guevara, no Festival piauí de Jornalismo 2023, que dizia que “no futuro, todos os jornalistas serão repórteres de clima”. Essa frase faz referência ao fato de que a pauta climática está cada vez mais presente nas redações e tem ganhado mais interesse entre a população.
Na segunda parte da aula, os convidados compartilharam sua escrita e padronização a partir do modelo de apuração e construção de um texto dentro da revista. A última edição da piauí foi citada, ao trazer exemplos das reportagens produzidas pelos jornalistas Angélica Santa Cruz e João Batista Jr., além de seus processos de apuração para as matérias “Sorriso, uma biografia” e “A era das superfakes”, respectivamente.
A palestra chegou ao fim com uma análise dos dois jornalistas sobre a produção de perfis. Segundo os profissionais, esse é um gênero que exige uma apuração mais detalhada e perspicaz.
“É importante seduzir a fonte para ela ficar menos armada, para você conseguir tirar mais coisas dela”, comentou Angélica Santa Cruz. João Batista Jr. completou a ideia da colega, pontuando sobre a importância de uma certa distância do entrevistado durante a apuração, para garantir a imparcialidade do texto.
