Fundada em 2 de fevereiro de 1774 por Frei Galvão, O Mosteiro da Luz está localizado na Avenida Tiradentes número 676 e é mantido e administrado pelas Monjas Concepcionistas Franciscanas da Ordem da Imaculada Conceição. No complexo encontra-se o Convento das Irmãs Concepcionistas chamado Claustro, o túmulo de Frei Galvão, a sala da distribuição de pílulas aos fiéis e o memorial do Santo que reúne objetos de uso pessoal e religiosos. Ao lado tem o Museu de Arte Sacra de São Paulo, uma exposição permanente de Presépios, e a loja de artigos religiosos.
Em 1772, o franciscano Antonio de Sant’ana Galvão levou a ideia de Helena Maria do Sacramento, uma religiosa que teria tido visões de Jesus Cristo para a construção de um convento. Mesmo com restrições de Marques de Pombal, que proibiu a abertura de novos conventos na época, Antonio conseguiu uma licença do governo em 1774, que permitiu inaugurar o recolhimento. O próprio Frei Galvão trabalhou e projetou a construção do templo, grande parte da obra foi feita por doações. Em 1802, a nova igreja é inaugurada, porém não foi concluída pelo fato de Fr. Galvão falecer em 1822. Então seu sucessor, Fr. Lucas da Purificação continua as obras e finaliza o Dourado da Capela e sua frente com uma torre, que no projeto de frei Galvão eram duas torres, e o cemitério.
O mosteiro, conhecido por sua grande espiritualidade, é também a principal; obra colonial de São Paulo, do século XVIII. Sendo um dos poucos conjuntos arquitetônicos coloniais que matem seu uso original, por sua importância, a UNESCO declarou que o Mosteiro é “Patrimônio Cultural da Humanidade”.
Antônio Galvão de França, filho de Antônio Galvão de França e Izabel Leite de Barros, nasceu na Freguesia de Santo Antônio da Vila de Guaratinguetá em 1739. Com 13 anos, foi estudar no Seminário de Belém na Bahia, ele se juntou aos Fades Menores Descalços e foi recebido pelo Provincial Frei Francisco da Purificação e enviado ao Convento de São Boaventura, na capitania do Rio de Janeiro. Com 21 anos ele recebeu o hábito sendo seu guardião o Irmão Confessor Frei José das Neves, abandonou o nome “França” para chamar-se Frei Antônio de Sant’ Anna Galvão, em homenagem à padroeira de sua família. Em 1762 ele se torna sacerdote e logo em seguida é enviado ao Convento de São Paulo para iniciar o Curso de Filosofia e em seguida o Curso de Teologia, quando conhece a Irmã Helena Maria.
Frei Galvão recebeu a licença do Bispo para se mudar para o Mosteiro da luz quando estava incapacitado de caminhar por longas distancias, falecendo em 23 de dezembro de 1822. Dois séculos depois, Frei Antonio de Sant’Anna Galvão foi oficializado como o primeiro santo do Brasil em 11 de maio de 2007.