Ida à padaria é um evento que faz parte do cotidiano de paulistanos da Vila Mariana

Seleção de pães da Nova Karol, na rua Conselheiro Rodrigues Alves. Foto: Pedro Amaral

Na maior parte dos países do mundo, ir à padaria significa comprar pães e doces. Mas quem é de São Paulo sabe que a visita vai muito além disso. O Brasil tem cerca de 67 mil estabelecimentos desse tipo, segundo dados da Abip (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria), e uma das receitas do sucesso é a mistura da tradição com a modernidade.

Atualizações foram feitas ao longo dos anos, mas sempre mantendo os produtos tradicionais e a atmosfera acolhedora inconfundível. Na medida em que as padarias foram se popularizando, passaram a se tornar “points” onde as pessoas se encontram por diversos motivos. Muitos vão para comer no local, e a comida de padaria é inconfundível: leite achocolatado, vitaminas, pão na chapa, coxinha e sanduíches preparados na hora, entre outras opções.

Além disso, há muitos produtos para se levar para casa. O destaque vai para os pães, que são, afinal, a estrela. Encontram-se pães para todos os gostos, como baguete, de forma, croissant, italiano, francês e ciabatta. Os frios também estão entre os produtos preferidos pelos clientes. Mortadela, presunto, queijo e rosbife fazem ótimas combinações com os pães.

Sonhos

Em São Paulo, os doces também são um dos grandes atrativos das padarias. Sonhos, quindins, brigadeiros e chocolates convidam os clientes a se deleitarem em um mundo de sabores. Mas muitas padarias vão além disso, oferecendo uma variedade impressionante de produtos. Revistas e jornais são comuns para aqueles que já querem consumir sua informação enquanto se alimentam. E a loja de conveniência, no caixa, oferece cigarros, balas, chocolates e chicletes para quem está saindo. Algumas vendem até vinhos e temperos.

Ao entrar numa padaria paulistana, os sentidos são invadidos por uma onda de sons: a conversa animada dos clientes, as ordens gritadas para os cozinheiros, o chiado dos lanches preparados na chapa e o liquidificador preparando o tradicional “toddy” batido. Logo as narinas são penetradas por uma variedade de cheiros: dos lanches, dos doces e, é claro, dos pães.

Clientes

Olhando em volta, percebe-se a diversidade de clientes, cada um com seu objetivo. Alguns são frequentadores assíduos, o que se evidencia pela familiaridade com que conversam com o dono e os cozinheiros. Outros estão fazendo um programa em família, reunindo-se para saborear os deliciosos lanches.

Casais namorando, amigos rindo e senhores solitários tomando um café enquanto lêem o jornal também são vistos com frequência. Vêem-se trabalhadores que frequentam a padaria no intervalo, identificáveis pelo traje social, geralmente encontrados em grupo. E há também aqueles que estavam simplesmente passando por perto e decidiram entrar para comprar um salgado, tomar um café, beber um suco ou comprar seu cigarrinho.

Independente da razão e objetivo, a visita à padaria não é simplesmente para a compra de pães. É também um evento, uma experiência que faz parte do cotidiano de tantos paulistanos, inclusive dos que moram na Vila Mariana, que conta com muitas padarias de qualidade.

Pedro Amaral (4º semestre)