Historiador político Leandro Villela debate sobre o governo brasileiro
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Poder, democracia e eleições. Na tarde desta terça-feira, 31 de maio, Leandro Villela de Azevedo, 36 anos, mestre e doutor em História Social pela USP, que por 15 anos foi professor de atualidades e atualmente é microempresário, ministrou uma palestra no auditório Victor Civita, na ESPM-SP. O evento, organizado pelo Centro Acadêmico 4 de Dezembro, proporcionou aos alunos uma aula a respeito do funcionamento do sistema político brasileiro.
O tema da palestra baseou-se na pergunta ”Quem manda no Brasil?” e Leandro explicou detalhadamente sobre a economia brasileira, a estrutura de uma república federativa democrática representativa e um estado laico e os três poderes – executivo, legislativo e judiciário -, ressaltando seu funcionamento e importância para o país. Outro questionamento levantado foi a respeito da democracia e dos candidatos que são eleitos para a câmara sem ao menos passarem por uma votação popular.
O tópico ”eleições” foi abordado com base em uma análise dos 516 anos de história do Brasil, nos quais apenas oito presidentes foram eleitos de forma democrática. Leandro brincou: “Eu só lembro de oito, se alguém lembrar de mais algum presidente me avise”. Ele explicou que o país nunca teve duas eleições exatamente com as mesmas regras e leis atuais, e falou que considera a ficha limpa algo que não funciona corretamente, pois os candidatos que cometem delitos não são julgados de forma adequada.
O coeficiente eleitoral e as elites partidárias também foram mencionados ao longo da palestra, evidenciando que, quanto mais votos o candidato obtiver, mais as partes desses serão distribuídos, as elites partidárias se interligam com esses fatores, pois os candidatos não possuem autoridade sobre si.
No assunto eleitoral, foi lançado um desafio, responder à pergunta: ”Quantos mandatos seguidos um político pode ter através da reeleição?”. O historiador afirmou que a maioria das pessoas responde ‘dois’ para presidente, mas ele deu a resposta logo em seguida, e justificou-se baseado em dados que comprovam que apenas 25% dos deputados não são aprovados para reeleição.
Para finalizar, entre tantos assuntos, foi lançada aos alunos uma reflexão da autoria de Benjamin Franklin, um dos pais da democracia moderna: “A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as demais que já foram testadas até hoje”.
Sarah Righi e Camila Oliveira
Fotos: Letícia Pinto