O Parque Ibirapuera, referência de lazer na capital paulista, é famoso por ser um espaço público para a prática livre de diversas atividades esportivas, contudo, enfrentou casos de agressão contra mulheres no local.
As recentes denúncias indicam disputa por espaço nas pistas de corrida. Algumas mulheres que estavam no parque comentaram a motivação das ações de ódio por parte de homens a mulheres e como se sentem quanto à segurança local.
A reportagem conversou com Inaía, de 23 anos, que atua como assistente administrativa, e ela sente que a segurança dentro do parque não é tão eficaz quando as mulheres mais precisam. “Se acontecer algo de errado comigo, vai demorar muito para achar um segurança”, comenta. Ela informa que se as medidas de segurança forem fixas, as mulheres começarão a se sentir mais seguras dentro do parque.
“As mulheres sempre foram vistas como fragilizadas e os homens querem ter controle da situação”, afirma a professora Elizabeth Gavilan, frequentadora do parque. Ela ressalta que o machismo é um dos principais fatores para as agressões.
O outro lado
Em declaração por e-mail para o Portal, a Urbia, concessionária responsável pela administração do Parque Ibirapuera, escreve que repudia veementemente qualquer forma de agressão e lamenta incidentes envolvendo frequentadoras do local. “Qualquer ato de desrespeito ou violência deve ser reportado às equipes de segurança do parque, que estão preparadas para acolher as vítimas, prestar os primeiros atendimentos e acionar a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que é responsável pela segurança pública e civil do parque”, afirma.
A Urbia ainda acrescenta que é de extrema importância que a vítima registre o Boletim de Ocorrência para que sejam dadas as devidas tratativas na esfera criminal. Só assim os órgãos de segurança podem identificar e punir os responsáveis.
Leia abaixo mais trechos do comunicado da Urbia:
Segundo a concessionária, “o parque é o melhor espaço público, seguro, gratuito e democrático para a prática livre de diversas atividades esportivas. Desde o início da concessão, já investiu mais de R$ 250 milhões na recuperação e manutenção do parque — incluindo melhorias significativas na infraestrutura esportiva disponível a toda a população”.
A concessionária comenta que, no quesito de segurança, o parque possui postos fixos de vigilância instalados estrategicamente, que contam com apoio de rondas feitas com bicicletas, motos e carros. “Há 250 câmeras espalhadas pelo parque para monitoramento inteligente 24 horas. Essas câmeras são integradas ao Centro de Controle Operacional (CCO), que fica na administração do parque. O CCO é integrado às forças policiais que são acionadas sempre que necessário, tanto GCM, quanto as Polícias Civil e Militar, que ficam responsáveis pela investigação”, informa.
Para finalizar seu posicionamento, a Urbia ressalta que, no Parque Ibirapuera, “não há uma única direção obrigatória para corredores e todos os visitantes têm total liberdade para praticar suas atividades físicas no sentido que lhes for mais conveniente, respeitando o espaço e a convivência de todos os frequentadores.”
A concessionária ainda reafirma seu compromisso com o bem-estar e a integridade de todos os visitantes, e que “seguirá cumprindo suas obrigações legais e contratuais, com foco na qualidade da gestão, na valorização do espaço público e na convivência harmoniosa entre todos os usuários e prestadores de serviço no Ibirapuera”.