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Marcha lembra vítimas do DOI-CODI e Golpe de 64

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Caminhada do Silêncio levou centenas de manifestantes às ruas de SP. Foto: Diogo Castro

Texto: Nicole Micheletti e Guilherme Paiva (1º semestre)

Texto e Fotos: Diogo Castro (1º semestre) e Felipe Vaso (2º semestre)



No último domingo de março (31), ocorreu a quinta edição da Caminhada do Silêncio em homenagem às Vítimas da Ditadura Militar de 64. A movimentação, que contou com centenas de pessoas, teve início na Rua Tutóia, Moema, em frente ao 36.º Departamento de Polícia de São Paulo, o antigo DOI-CODI. De lá, os manifestantes saíram em silêncio na direção do Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque Ibirapuera.

O Destacamento de Operações e Informações, do Centro de Operações e  Defesa Interna (DOI-CODI) foi um órgão comandado pelo Exército Brasileiro durante a Ditadura Militar (1964-1984). Na prática, o local foi palco de diversos casos de tortura contra opositores do regime. Por isso, testemunhas oculares e familiares, entre outras parcelas da população, desejam que a atual delegacia seja transformada em um museu, um dos objetivos da passeata.

“Hoje, falamos de um lema, que é relembrar para nunca mais acontecer. Os mais velhos têm a responsabilidade de (re)passar a história para que ela não se repita e (para que os mais jovens) saibam exatamente o que aconteceu”, disse uma manifestante, que não quis se identificar à reportagem do Portal.

Após a marcha, ocorreram discursos sobre o tema da passeada, no qual se pronunciaram a ex-prefeita e atual Deputada federal Luiza Erundina e o Deputado Federal Ivan Valente (PSOL), o Deputado estadual Eduardo Suplicy, o ex-ministro José Dirceu e Nilmario Miranda (PT), entre outros. A multidão apelava pelo fim da anistia, justiça pelas vítimas do Regime Militar, gritando “Ditadura Nunca Mais”. Relatos de pessoas que viveram a época da ditadura trouxeram o medo do DOI-CODI, além do conhecimento dos atos de tortura realizados no local.

Ao final, houve uma apresentação musical, que contou com a tradicional participação de Eduardo Suplicy,  cantando “Blowin’ In The Wind”, de Bob Dylan.

DOI-CODI

A unidade militar fazia parte de uma rede coordenada, que incluía outras instituições militares e de inteligência, como o Serviço Nacional de Informações (SNI) e o Centro de Informações do Exército (CIE). Essa coordenação permitia uma ação conjunta e eficaz contra os opositores do regime. Dentre os diversos casos comprovados de tortura, ocorridos no DOI-CODI, como o do casal Cesar e Amélia Teles. Ambos foram seguidamente torturados, sofrendo castigos físicos, com Amélia, inclusive, sendo eletrocutada em uma cadeira de choque, segundo destaque de matéria do jornal El País

Saiba mais sobre o tema com a cobertura fotográfica abaixo e com notícia sobre exposição no IMS



4ª edição da Caminhada do Silêncio pelas Vítimas de Violência do Estado
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