Viver e estudar na Vila Mariana pode ser mais barato

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Estudantes devem aprender a fazer o gerenciamento das contas pessoais. Foto: divulgação

A quantidade de estudantes que transitam na Vila Mariana é considerável. Só na rua Álvaro Alvim, há duas faculdades: a ESPM e o Centro Universitário Belas Artes. Por conta disso, restaurantes, lanchonetes e mercados do bairro possuem grande público estudantil.

Alguns estudantes chegam de cidades do interior ou de outros estados. Controlar as despesas morando fora da casa dos pais pode ser uma dificuldade para muitos deles. O mesmo acontece com os que moram com a família. O professor de Economia da ESPM, Luis Carlos Berti, doutor em Logística e Sistemas de Operação pela Poli-USP, traz algumas dicas para que os universitários possam enfrentar o problema. Confira a entrevista.

Luis Carlos Berti é professor de Economia na ESPM-SP. Foto: Marina Ayub

 

Portal de Jornalismo ESPM – No que consiste a inflação e como ela pode prejudicar a geração de jovens universitários?

Luis Carlos Berti A inflação é um aumento generalizado no nível de preços de uma determinada economia. Esse aumento de preços afeta os jovens, uma vez que corrói o valor real do dinheiro. Passa a ser cada vez mais difícil o gerenciamento desse capital. A percepção é de que ele está diminuindo e o poder de compra também. Esse é o efeito nocivo da inflação.

PJ ESPM – O que esses estudantes podem fazer para minimizar suas despesas com mercado, farmácia e restaurantes?

LCBO que pode ser feito é a seleção das opções de lazer. Eu aplico isso em minha própria vida. Há muitos programas culturais não pagos ou com baixo custo, mas que, ainda assim, são sofisticados. Hoje, como os preços são elevados, o ideal é, dentro do possível, fazer um gerenciamento para otimizar os custos. De um lado, procurar cozinhar em casa. De outro, fazer refeições na faculdade, já que são subsidiadas em relação aos preços externos. Um cuidado com os gastos extras também é necessário; os jovens precisam saber escolher as opções de lazer.

PJ ESPM – Os preços dos produtos atualmente são muito mais altos do que em um passado recente?

LCBNão. Na verdade, devido ao aumento da renda da população e à melhora da situação econômica, há mais dinheiro disponível. Com isso, até por meio do apoio da inflação, um impacto é gerado em relação ao aumento de custo. Ocorre uma percepção aparente de que hoje tudo é mais caro. Tenho notado em algumas áreas que a demanda por alguns produtos, unida à pressão inflacionária e ao aumento de renda, faz com que o nível de preços seja alto. Isso vem do desbalanceamento entre oferta e demanda.

PJ ESPM – A economia brasileira tende, em um futuro mais próximo, a favorecer os jovens consumidores?

LCB – Acredito que sim. Associo essa pergunta à perspectiva de economia futura. Passaremos em 2013 por um período relativamente estável. A expectativa é de que o país continue crescendo se as instituições mantiverem o foco no controle inflacionário. Apesar do problema sério de corrupção, o Brasil tem atratividade. Isso gera potenciais investimentos externos e demanda por empregos. A partir disso, com a necessidade de empregabilidade que existirá, os jovens vão precisar aproveitar o momento certo para entrarem no mercado.

Marina Ayub (1º semestre)