Vinil atrai colecionadores apaixonados por cultura vintage

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Feira de discos de vinil atrai colecionadores e expositores. Foto: Giovanna Hueb

 

Discos de vinil são peças raras nas lojas, atualmente. Com a chegada dos CDs e DVDs e a disseminação de arquivos na internet, recorrer à vitrola para ouvir as músicas do artista preferido se tornou, no mínimo, atividade para fãs. No entanto, engana-se quem pensa que o vinil deixou de existir. É cada vez mais comum encontrar, por aí, colecionadores que têm uma paixão indescritível pela mídia; com a volta do vintage, cada vez mais jovens estão aderindo à moda.

Theo Cecato, 13 anos, coleciona vinis desde os 11 anos. Foto: Giovanna Hueb

 

O estudante Theo Cecato, 13 anos, é um bom exemplo. Desde os 11, começou a comprar vinis, sob influência do pai. “Ele sempre teve, agora eu coleciono também. Tenho muitos CDs e baixo música pela internet, mas eu gosto de coisas materiais. É uma mania”, conta.

O vinil ou LP (abreviação para long play), que foi quase extinto das prateleiras, voltou a ser comercializado pela Polysom, no final de 2009. Hoje, a mídia atrai jovens e colecionadores de diversos perfis e já motivou a abertura de diversas lojas especializadas. Segundo Teresa Ferreira, da Deck Disk, em 2012 a produção de LPs aumentou 110% e a de compactos, 225% em relação a 2011, em um total de 24,1 mil LPs e 12 mil compactos fabricados. Entre os títulos prensados, estão álbuns de artistas como Maria Rita, Pitty, Nação Zumbi, Ana Carolina, Fernanda Takai, Exaltasamba, Zeca Baleiro, Marcelo Jeneci, Rancore, Matanza, Legião Urbana e Los Hermanos, entre outros.

 

Dados sobre o vinil. Score: Thor Gregori

O fenômeno do vinil está ligado a um fenômeno recente, a valorização do vintage – termo que designa a moda das primeiras décadas do século XX, entre 1920 e 1960. Além das vitrolas e discos, o mercado de bens de consumo tem investido no design retrô em geladeiras, móveis e também na decoração com modelos antigos.

“Hoje em dia, com a era digital, as pessoas ficam o tempo todo plugadas na tecnologia, mas depois, quando saem do trabalho, querem e sentem falta da coisa física, do design vintage, então elas querem voltar a ter um contato mais físico com as coisas”, diz o o proprietário da loja Locomotiva de Discos Marcio Custódio, um colecionador apaixonado de vinil que criou uma feira bimestral de discos em São Paulo, que reúne desde colecionadores até expositores e lojas especializadas.

“Ouvir em mp3 é muito fácil, e você não dá muito valor à música. Já quando escuta um disco de vinil, você pega a capa, tira do encarte, dá mais valor àquele objeto e às músicas que contém… o resto é secundário”, ressaltou Custódio.

Donizete Aparecido é vendedor e colecionador. Foto: Giovanna Hueb

 

Donizete Aparecido, vendedor e colecionador de vinil há mais de 30 anos, é um expositor e vendedor fiel da feira há quatro anos e destaca algumas curiosidades sobre os LPs: “O disco de vinil mais raro é o LP ‘Louco por Você’, de Roberto Carlos. A média de preço é de 3 a 5 mil reais. Na época, do lançamento do LP, 1961, Roberto Carlos pediu para recolher, pois não havia gostado do resultado, então é muito difícil encontrar. Ele cantava samba canção, baião, etc. No entanto, as raridades e recordes de vendas também têm nomes mais óbvios. “Os discos que mais vendo são dos Beatles. O mais raro que tenho é o ‘Racional’, do Tim Maia”, emendou Aparecido.

Lucila Oliveira (2º  semestre)