Última atividade da Semana da Imprensa aborda saúde mental

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Efeitos da pandemia, especialmente no cotidiano de jovens, foram tratados por jornalista e psicóloga – Foto: Reprodução/TV Joca

 Alice Centi (1º semestre)

A Semana da Imprensa, evento realizado pelo Jornal Joca, em parceria com o curso de Jornalismo da ESPM-SP, terminou na tarde do dia 1º de dezembro. Uma mesa iniciada às 15h45 teve como tema a saúde mental e contou com a presença do jornalista Diogo Sponchiato, da revista Veja, e da psicóloga Márcia Morelli, especialista em jovens, e com a mediação da estudante de Jornalismo da ESPM-SP Maria Fernanda Neves.

Assim como nas outras partes da programação híbrida, estiveram, no auditório da unidade Álvaro Alvim da ESPM, alunos da Camino School e da Escola Estadual Professor Josué Benedicto Mendes. Seis deles tiveram a oportunidade de formular perguntas a respeito do impacto do consumo midiático na saúde dos jovens e do papel que a imprensa desempenha nesse contexto, principalmente na identificação e na denúncia de fake news. Os questionamentos focalizaram o ambiente pandêmico e pós-pandêmico, que mudou a forma com que as pessoas se relacionam e interpretam os acontecimentos nas redes sociais.

Sponchiato ressaltou que, apesar de impactos negativos das redes na vida dos jovens no cenário pós-pandemia, seus usos também podem ser benéficos. “A tecnologia, redes sociais inclusive, são ferramentas, e a gente que faz um uso legal ou errado delas”, observou. Ao tratar das fake news, evidenciou as altas chances de uma mentira se tornar algo fatal e reconheceu que é preciso criatividade para superá-las.

Morelli ainda fez um adendo à resposta e contou sobre a experiência da alfabetização midiática na Finlândia, que desde 2014 é componente curricular nas escolas, sendo direcionada a alunos a partir dos seis anos de idade, algo considerado essencial para o combate à desinformação. “Nas escolas finlandesas, os estudantes são estimulados a desenvolverem pensamento crítico, questionando e debatendo os assuntos e fazendo contrapontos à cobertura tradicional da mídia. Além disso, eles são incentivados a pensarem em como as informações chegam aos receptores nas bolhas das mídias sociais e de que forma devem estourá-las para obterem conhecimento além dos propostos pelos algoritmos das plataformas”, relatou.

Efeitos da quarentena – Uma das questões que vieram à tona foi a respeito dos distúrbios desenvolvidos por jovens brasileiros depois da quarentena decretada para conter a disseminação do novo coronavírus. A psicóloga explicou que, além da ansiedade e da depressão, houve muitos casos de outras naturezas, como distúrbios alimentares, problemas de atenção, insônia e até mesmo vício em jogos online. “Como é muito recente e ainda está acontecendo a pandemia, não temos muitos estudos prontos, pesquisas concretas, a gente está vivendo e lidando com isso”. Ela concluiu sua argumentação falando sobre a importância da comunidade no enfrentamento desses problemas.

Os convidados também deixaram um alerta sobre a importância de valorizar a vida fora das redes e de ter cuidado com a saúde mental. “Existe vida além da internet e a gente tem que recuperar isso. A minha mensagem é o pensamento crítico, que vocês fiquem alertas, atentos, discutam, conversem, perguntem e vão devagar”, arrematou Morelli.

O bate-papo dos palestrantes com os alunos presentes na ESPM está disponível no canal TV Joca no YouTube.