Tocantins recebe a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

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Foto: Divulgação (http://www.jogosmundiaisindigenas.com/)

 

O Brasil está se consolidando como sede de importantes eventos esportivos. Após a Copa do Mundo de futebol de 2014, agora o desafio é organizar os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que terá lugar na cidade de Palmas (TO), do dia 23 de outubro a 1 de novembro e são esperados mais de dois mil índios de 30 países.

Com o lema “Em 2015, somos todos indígenas”, o principal objetivo do evento é promover a união e o conhecimento das diferentes tribos indígenas. Para isso, durante os três primeiros dias, os atletas farão um tour pela capital visando conhecer melhor a cultura local e como forma de ambientação e interação entre os atletas. Além disso, a maioria das modalidades disputadas, não terão vencedores nem perdedores, pois estão inseridas em uma categoria chamada de jogos demonstrativos.

Como explica o líder indígena e idealizador dos jogos, Marcos Terena. “ A gente percebeu ao longo do tempo, com a nossa tradição e os nossos costumes, a importância de alianças entre os próprios indígenas”.

Apesar de não ter grande conhecimento público, o evento inovou no quesito premiação. Todos os atletas serão premiados com medalhas feitas com capim dourado, enquanto as delegações receberão outro tipo de medalha, feita de Pau-Brasil e água do Rio Tocantins. Em entrevista à Rede Record, o ex-presidente de FUNAI e organizador dos jogos, Marcos Terena, declarou que essa é uma medida previamente discutida visando demonstrar a preocupação da organização do evento com o meio ambiente.

Ao todo serão 11 modalidades disputadas. Entre elas, destacam-se duas: a corrida de tora e o xikunahati. A primeira, é disputada entre dois grupos de aproximadamente 20 pessoas, que carregam um tronco de buriti pesando cerca de 100 quilos, durante cinco quilômetros. O segundo esporte, também conhecido como futebol de cabeça, é uma espécie de vôlei jogado com a cabeça. As duas equipes jogam a bola, de 30cm de diâmetro, para o lado do campo do adversário e quem deixar cair perde. Qualquer toque na bola que não seja com a cabeça, é caracterizado como falta.

A organização do evento informou que as obras da vila dos jogos estão praticamente completas. Além disso, o estádio Milton Santos, palco das partidas de futebol, foi reformado e já está pronto para o uso. Marcos Terena ainda falou sobre o desafio de promover um evento deste porte. “Meus irmãos indígenas e não indígenas, nós estamos com a missão de realizar um grande evento para as nossas crianças, que são o nosso futuro e para os velhos que são a nossa tradição”.

Pedro Martelli (2 semestre)