Surdez, tema da redação do Enem, estimula de aprendizagem a xingamentos na web

Participantes da APASMA realizam passeata pela cidade de Mauá para abordar tema da surdez na comunidade. (Foto: Divulgação)

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Participantes da APASMA realizam passeata pela cidade de Mauá para abordar tema da surdez na comunidade. (Foto: Divulgação)

O tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil” surpreendeu os candidatos do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado em 05 de novembro. A proposta da redação da edição 2017 foi divulgada logo após o início das provas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

Para Deisy Della, fundadora do APASMA (Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Mauá), o tema da redação foi uma grande surpresa. “Conversar sobre a importância da surdez, debater e fazer as pessoas pensarem sobre isso é muito fundamental. Confesso que me emocionei quando vi que o Brasil inteiro estava falando sobre isso”, confessa. A APASMA  atende cerca de 70 deficientes auditivos.

Alguns estudantes comentaram nas redes sociais a importância do tema, a ponto de inspirar a aprendizagem de Libras. A estudante Mércia Oliveira, de 22 anos, realizou a prova do Enem, achou o tema um desafio: “O problema está na falta de informação que as pessoas têm sobre o assunto. Muitos não sabem a diferença entre surdo e deficiente auditivo”, relata.

Outros candidatos, porém, sentiram dificuldade em escrever sobre o assunto, por desconhecerem a questão da surdez no Brasil. Nas redes sociais, houve muitas críticas sobre o tema, não poupando nem deficientes auditivos, com postagem de ofensas ao grupo. “Fiquei decepcionada com aqueles que xingaram os surdos. Os estudantes não conhecem esse assunto, não tem preparo para escrever sobre o tema. Já que não há uma discussão sobre isso nas escolas, eles não tem como argumentar o que não conhecem”, afirmou Deisy.

Por Luiza Consul (2º semestre) e Wivyanne Leiso (1º semestre)