Shimon Peres é homenageado por líderes mundiais e judeus no Brasil

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“Shimon Peres começou a contribuir para Israel ainda que ele não existisse de fato”, afirmou Rafael Turkienicz. Foto: Divulgação.

 

Na última terça-feira (27), faleceu o ex-presidente e ex-primeiro ministro de Israel, Shimon Peres. Aos 93 anos, ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi internado no hospital Tel-Hashomer de Ramat Gan, em Tel Aviv. Peres ficou conhecido por promover a paz no Oriente Médio, e também por ajudar a criar o Estado Judeu ao lado de David Ben Gurion em 1948.

Além disso, em 1994 recebeu o Prêmio Nobel da Paz ao lado de Yitzhak Rabin (político israelense) e Yasser Arafat (líder palestino) pela assinatura do Acordo de Oslo, que previa o início das negociações de paz entre palestinos e israelenses.

Em homenagem ao falecido, o atual primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, citou que Peres dedicou a vida ao povo judeu e sua independência. “Como homem de paz, trabalhou até os últimos dias pelo apaziguamento das relações com os nossos vizinhos e por um futuro melhor para as nossas crianças”, diz.

Liderança

O político foi eleito primeiro-ministro em 1984, permanecendo até 1986, e também em 1995, estabelecendo-se até o ano seguinte. Ademais, tornou-se presidente de Israel entre 2007 e 2014 pelo partido Kadima (para frente).

O pedagogo Caio Abitbol Carvalho (23 anos) afirma que sua maior contribuição foi sua força de vontade, garra, valores e coragem na busca de paz e melhorias ao Estado. “Acho que a liderança dele fica como um legado”, cita.

Já o estudante de jornalismo Rafael Turkienicz (18 anos) acrescentou que Shimon Peres foi um dos melhores líderes políticos que Israel  já teve. “(Peres) começou a contribuir para Israel ainda que o país ainda não existisse de fato”, comentou.

Turkienicz citou ainda que, por mais que o desenrolar do tratado de Oslo não tenha agradado a muitos, só a vontade do dirigente e a sua tentativa de mudança no cenário da religião pode ser considerada como uma enorme contribuição.

Em contraponto, Gabriel Davidson (19 anos), estudante de Economia, acredita que a imagem do político deve ser manchada para os palestinos, como qualquer outro líder israelense. “Talvez países árabes tenham pedaços da população que o considere alguém importante na busca pela paz; mas dentro de uma região em que a religião é levada ao extremo e comanda a política, acho que qualquer líder adversário é igualmente odiado”, explica.

Na manhã de sexta-feira (30), o corpo de Shimon Peres será levado e enterrado no Monte Herzl, em Jerusalém, ao lado de outros líderes de extrema importância ao país.