Em condomínios da Vila Mariana, portões altos deixam clara a preocupação de moradores em não ficarem vulneráveis. Foto: Paulo Ricardo de Assis Filho
A Vila Mariana é um dos bairros mais verticalizados da cidade de São Paulo. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha indicou que 70% dos habitantes da região residem em apartamentos, ficando apenas atrás de Moema, que tem 74% dos moradores vivendo em prédios.
Segundo a pesquisa, entre 2008 e 2012, aumentou de 16% para 21% o número de moradores de edifícios na capital paulista. Essa diferença indica que cidadãos estão cada vez mais preocupando-se com a segurança de suas residências, mesmo que isso custe abrir mão de uma vida mais simples.
Além disso, a verticalização causa outros problemas, como o aumento de calor devido a um grande número de prédios em uma área pequena. “É como se fosse um efeito estufa; o vento não passa; é como se não tivesse ventilação na área”, diz Raquel Germano, arquiteta e urbanista.
Entretanto, morar em edifícios tem também suas vantagens. “Eu sempre morei em prédio e esse fator nunca me incomodou. Pelo contrário, sempre me deu mais segurança”, diz Maha Assaf, estudante da ESPM que morava em Santos e hoje reside em um dos prédios da Vila Mariana.
Ela observa que quando veio para São Paulo, já sabia que acabaria em um apartamento, pois a cidade, no geral, é caracterizada pela verticalização, considerada uma opção mais segura. “Não acho que perco nada em qualidade de vida. Inclusive onde eu moro existem áreas de lazer que me permitem segurança e diversão”, comenta Maha.
Administração
Do ponto de vista dos síndicos, a segurança é algo que realmente deve ser levado em conta. “Quando eu comecei a administrar o condomínio, nós estávamos bastante vulneráveis e não tínhamos sistema de segurança”, diz Sérgio Mota Germano, síndico de um condomínio da rua Afonso de Freitas.
“Fiz contato com três empresas para fazer uma avaliação e acabei escolhendo uma empresa internacional com bastante tradição e que tem um sistema de câmeras de segurança e portões com duplo fechamento, além de alarmes”, avalia o síndico.
Apesar das comodidades, existem algumas obrigações que os habitantes também têm que seguir para ajudar na convivência. “Os vizinhos devem colaborar com o meio ambiente participando de processos de reciclagem de lixo dentro do condomínio”, observa Lucila Oliveira, estudante da ESPM que reside há mais um ano em um condomínio na Vila Mariana.
A arquiteta Raquel Germano, que também mora na Vila, parece concordar com Lucila quando o assunto é meio ambiente. Para ela, é importante a ampliação das áreas verdes próximas aos prédios e telhados verdes nos próprios edifícios.
Paulo Ricardo de Assis Filho (3° semestre)