Tatiana Carvalho (1º semestre)
Desde o começo deste ano, o Covid-19 está afetando a rotina em diversos países. Na maioria dos lugares, para conter o avanço do vírus, foi aplicado um isolamento social. Essa ação consiste em fechar comércios não essenciais e determinar que as pessoas fiquem em casa, evitando, assim, aglomerações.
Apesar da medida ser eficiente em combater evolução da pandemia, muitas pessoas estão sendo afetadas psicologicamente por ficar muito tempo em casa sem contato com pessoas diferentes, além de ver, com certa frequência, notícias sobre os desdobramentos do coronavírus e o aumento no número de casos e mortes. A depender da gravidade, um indivíduo pode desenvolver depressão e ansiedade, por exemplo.
“Essa quarentena mexe com a nossa ansiedade. Não só por não poder sair de casa, mas pela quebra abrupta de rotina, o medo do coronavírus, as incertezas que permeiam tudo isso e a convivência mais complicada com a família”, disse Manoella Kfouri, estudante de letras.
Para a enfermenira Ângela Santos, especialista em saúde mental e psiquiatria, a quarentena está afetando muito a saúde mental das pessoas: “acredito que tudo venha a partir do momento que a gente se mantém isolado, fora desse padrão cotidiano de convívio. É possível se sentir mentalmente ameaçado, ter medo da solidão, ter medo de não conseguir dar conta de conviver somente através de uma rede social”.
O psicólogo Antonio Maspoli destaca que, além das pessoas estarem vivendo uma crise sanitária, todos também estão tendo que lidar com a instabilidade financeira e com uma tensão política, logo existe um grande estresse que desestabiliza a saúde mental de todos. Ademais, o isolamento social causa uma perda de noção da organização do espaço e do tempo, que pode levar a estados alterados de consciência.
“Não tem como superar o isolamento social sem uma rotina estruturada, de acordo com a necessidade e a possibilidade de cada um. Uma rotina organiza a estrutura de tempo, atividade física, contato virtual com as pessoas que você ama. Veja esta parada obrigatória como uma janela de oportunidades para aprender novas habilidades, desenvolva algum hobby”, sugere o psicólogo.
Para quem sente a necessidade de ajuda, muitos profissionais da área estão fazendo atendimento on-line.