Professor Celso Cruz fala sobre programa de acompanhamento psicológico

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Sophia Olegário (3º semestre)

Saúde mental e física são duas vertentes fundamentais e indissociáveis da saúde. Estima-se que, a cada 100 pessoas, 30 sofram, ou venham a sofrer, em algum momento da vida, por problemas mentais, e que cerca de 12 delas possam desenvolver uma doença mental grave. Grande parte dessas doenças manifesta-se durante a juventude e no início da vida adulta, quando as pessoas passam por fases que envolvem aquisição de maiores responsabilidades e autonomia, expectativas, construção de identidade pessoal, busca por independência financeira e, em muitos casos, formação de novos vínculos e distanciamento de casa.

Neste cenário, a ESPM-SP criou o PAPO (Programa de Acompanhamento Psicológico e Orientação), com a finalidade de dar oportunidade de diálogo sobre questões emocionais e relacionais durante a faculdade. O professor Celso Alves Cruz é um dos profissionais que participam no auxílio dos alunos. Terapeuta bioenergético, formado no Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo, Celso Cruz afirma que o programa funciona de maneira simples, segura e agradável.

“São encontros com profissional, uma pessoa com perfil específico, que conhece nossa escola, tem convívio com estudantes e, ao mesmo tempo, tem uma formação em áreas de apoio e cuidado, para conseguir dar contorno, colaborar na elaboração de um foco e no encaminhamento de questões, sempre a partir do acolhimento”, explica. No entanto, o professor ressalta que a finalidade do programa não é uma terapia, no sentido estrito do termo: “uma terapia ocorre em consultório, durante um período extenso, utilizando recursos que são diferentes dos usados no encontro terapêutico oferecido pela faculdade”, diz.

Embora seja divulgado no site da escola, pelos coordenadores de curso, professores e alunos que já frequentaram, a propagação é sempre importante. “É fundamental que todo estudante da ESPM-SP conheça esse direito e que possa exercê-lo quando e se desejar”, explica Celso Cruz.

Uma aluna do curso de cinema, que preferiu não ser identificada, percebeu, em agosto de 2019, que era hora de conversar com alguém sobre seus conflitos. “Conversei com a coordenadora do meu curso sobre o momento que eu estava passando, e como isso estava me afetando no meu desempenho na faculdade e ela me indicou esse programa”, conta ela.

O PAPO também trabalha em integração com outros dois serviços que são oferecidos aos alunos pela ESPM-SP: o Carreira e o PIPA. O primeiro, fornece basicamente apoio na construção de escolha profissional e ajuda a elaborar currículos e ponderar sobre o momento do estágio. Já o PIPA fornece tutoria para estudantes que apresentem questões de aprendizagem, como TDAH e dislexia. Ou seja, se algum aluno tem qualquer questão – aliás, se tem uma inquietação que não sabe muito bem qual é, pode e deve recorrer ao PAPO que será acolhido e ouvido, e, eventualmente, até encaminhado para outra área de ajuda, bem específica para a necessidade em questão.