Prêmio Vladimir Herzog contempla os defensores dos direitos humanos

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Personalidades da comunicação comprometidos com a defesa da cidadania e dos direitos humanos e sociais foram as estrelas da 33ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que aconteceu em outubro  no Teatro TUCA/PUC de São Paulo.

O homenageado da noite  foi o artista gráfico brasileiro Elifas Andreato, que falou sobre Herzog que dá nome ao prêmio . “Havia a expectativa clara de que ele passaria a representar, ou melhor, eternizaria um herói nacional”, disse, referindo-se ao ano de 1979, momento em que foi instituído o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

No total são nove categorias, como fotografia, artes, TV-reportagem, TV-documentário, jornal, revista, rádio e internet. Desde 2009, um tema especial necessariamente relacionado à transgressão dos limites dos direitos humanos é incluído nas subdivisões. O tema deste ano foi “Saneamento básico: um direito de todos”.
Os trabalhos foram avaliados por um júri composto por 27 pessoas, entre elas, Kiko Farkas, Milton Jung, Paulo Markun e Ricardo Voltolini. Na categoria Artes o vencedor foi Fernando de Castro Lopes, do jornal “Correio Braziliense”, que chamou atenção dos presentes para a especulação imobiliária que ocorre em Brasília e que gera destruição do cerrado. Marjuliê Martini, da rádio Guaíba, vencedora na categoria “rádio”, aproveitou a oportunidade para criticar a declaração de Tarso Genro a favor do fim da imprensa investigativa, em evento do Ministério Público.
O ganhador da categoria “especial” foi Joelmir Tavares de Rezende.
O evento também entregou o Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, criado em 2009 e realizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Em sua terceira edição, a premiação oferece aos estudantes de jornalismo de todo o país, a oportunidade de elaborar uma pauta. A ideia vencedora  recebe assistência logística e financeira para se tornar uma reportagem, que depois é veiculada nas mídias parceiras do Instituto. O tema desse ano foi “Os oito objetivos do milênio” e os ganhadores Vanessa Cristina e Aline de Souza Silva, alunas da Universidade Católica de Pernambuco, Vagner de Alencar Silva e Bruna Christina, alunos do Mackenzie e, Bruno Lopez e Matheus Luiz Camillo, alunos da ECA-USP.

 

Vladimir Herzog (1937-1975), formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, atuou como jornalista e professor. Assumiu o cargo de diretor de jornalismo, na TV Cultura, em 1975. No mesmo ano, foi intimidado a comparecer ao DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), órgão repressor criado no período militar (1964 – 1985), acusado de manter relações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Herzog foi torturado e morto pelo órgão.. Na ocasião, o regime militar divulgou uma nota oficial que dizia que o jornalista tinha cometido suicídio. A versão do governo foi refutada por membros da resistência e, em 1978, pela primeira vez, a União foi responsabilizada por um crime civil.

Milene Fukuda (2º semestre)