Conscientes, moradores da Vila se esforçam para economizar água

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Moradores estão atentos à necessidade de controlar o fluxo nas torneiras. Foto: divulgação

Atingindo 9,8% de sua capacidade na terça-feira (6), segundo o G1, menor nível de água de todos os tempos, o Sistema Cantareira vem gerando preocupações na Grande São Paulo. O movimento de controle vem sendo ensaiado há alguns meses, mas a situação se agravou, requerendo esforços maiores.

Em março, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, definiu um plano para incentivar a moderação do consumo, dando mais de 30% de desconto a cada 20% de água economizado. A adoção da aplicação de multa para aqueles que não economizarem também está sendo estudada na capital e região.

Na Vila Mariana, a conscientização do problema e a atenção em relação à racionalização existem. Para a moradora Lígia de Camargo, o bônus não foi o motivo principal para diminuir o consumo. “Não me incentivou. Eu me preocupo em economizar e passar isso para as minhas duas filhas, sobretudo, pela falta que a água pode fazer”. Lígia ainda conta que a filha mais velha traz da escola questões sobre o assunto e que a menina está aprendendo a importância de consumir sem excessos.

O vigário Manoel Quinta, também morador do bairro, crê que o plano de ônus e bônus pode ajudar, mas acha que a busca por soluções deveria ter começado antes de o problema se agravar. “É uma questão política. Gasta-se em tanta coisa inútil, mas não se gasta naquilo que se precisa”. Segundo ele, o bônus também não o incentiva, e a iniciativa de racionar é própria. “Não estou lavando carro nem jardim. Na hora de barbear e escovar os dentes, mantenho a torneira fechada. Essas coisas bem simples já ajudam”.

Comércio

Os comerciantes do bairro também estão fazendo a sua parte, mas por enquanto o alerta não tem afetado os negócios. O petshop e clínica veterinária Vilavet é um exemplo de estabelecimento que não sofreu com a redução do uso de água. Segundo a funcionária Noemi Galliano, a clientela que leva seus cães para tomar banhos aumentou coincidentemente no último mês, o que implica um acréscimo no consumo de água. Mas a preocupação de poupar existe. “A água utilizada no tanque para lavar os panos de chão é reutilizada no quintal”, conta. Dessa forma, a clínica compensa, economizando como pode.

Apesar de medidas estarem sendo tomadas pela própria população e do nível de água cair semanalmente, o governador declarou no domingo (4) que não há previsão para um racionamento de água na Grande São Paulo.

 Maria Eugênia Mauger (3° semestre)