A porteira escancarada – olhando pela janela vejo a natureza em chamas!

No dia 22 de Agosto de 2021, ao olhar na janela da minha casa me deparei com uma enorme fumaça vindo de longe. Peguei a moto e fui atrás da mesma. Da estrada era possivel ver uma plantação interia sendo destruida com chamas altissimas. Peguei um caminho através de uma estrada de terra que me levou direto para o local da destruição.

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Texto: Richel Piva

Fotos: Nicholas Thornton – (1º semestre)

Richel Piva – (3º semestre)

Só em 2020, foram 222.797 focos ativos no Brasil, segundo o portal Info Queimadas do INPE – (https://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal).

Nos últimos dias nos deparamos com duas enormes queimadas na cidade de Pirassununga, interior do Estado de São Paulo e uma em Franco da Rocha, região metropolitana da Capital). A duas primeiras dentro do campus da USP Fernando Costa e em uma plantação de cana próximo a cidade e a segunda no Parque Estadual do Juquery.

O fogo no campus da USP Fernando Costa consumiu a biodiversidade, o cerrado predominante na região que ficou completamente destruído, além de atingir laboratórios, instalações e lares de animais. Já a queimada ‘controlada’ em uma plantação de cana próxima a cidade de Pirassununga, costuma ser comum em outras regiões do País. Mas, o que há em comum nessas duas situações, é que a destruição e a falta de consciência com a preservação da natureza ainda está longe de ser resolvida no Brasil, escancarando a porteira da desinformação e responsabilidade.

O incêndio que atingiu o Parque Estadual Juquery, no município de Franco da Rocha (SP), e devastou uma área relativa a mais de 1 mil hectares, o que corresponde aproximadamente cerda de 85% do parque, aconteceu após a queda de um balão no último domingo 22 de agosto.

As queimadas trazem inúmeros danos à saúde humana e do planeta, nos encontramos em um período de fortes secas, em todo o Brasil e a situação passa a ser dramática, com falta de abastecimento de água em várias regiões e a ameaça de apagão no sistema elétrico.

O que aconteceu no campus da USP, não foi uma queimada necessariamente criminosa, mas sim causada devido ao descuido e despreocupação da população, do governo federal, estadual e municipal em relação ao meio-ambiente.

Já a queimada que ocorrida fora da cidade em uma plantação de cana-de-açúcar, se trata de uma prática agrícola milenar e de baixo custo, utilizada para limpar o terreno e facilitar o corte da cana. O incêndio no Parque Estadual do Juquery, foi decorrente de uma prática criminosa e 7 baloeiros que já estão sendo investigados pela polícia civil e pelo MP pelo ocorrido. A queimada deixou um rastro de destruição pelo parque e matou diversos animais da região.

Em relação as queimadas acidentais ou criminosas o que podemos fazer é nos prevenir, e nos preocupar mais com o nosso meio-ambiente. Agora em relação as queimadas propositais, feitas para que seja mais rápido e menos custoso o processo de produção agrícola, essa merece atenção redobrada. Afinal, ela não aconteceu por um descuido, e sim de propósito.

Estamos em 2021, século XXI. Possuímos avanço tecnológico suficiente e inúmeras alternativas as queimadas por exemplo. Segundo o EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), é possível sim preservar o solo e manter a economia do produtor. O documento a seguir foi produzido e publicado pelo próprio EMBRAPA e possui uma série de alternativas, mais sustentáveis e ecológicas as queimadas.

(https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/194856/1/2445.pdf)

As consequências de uma queimada são inúmeras: causam o desequilíbrio dos ecossistemas, desertificação ambiental, mudança na temperatura e umidade do solo, diminuição da biodiversidade, emissão de gases poluentes, pior qualidade do ar, mais poluição, intensifica o efeito estufa.