‘Plural’ associa modernismo à arte periférica contemporânea

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Edição de revista-laboratório pauta temas relacionados ao legado da Semana de 1922 – Foto: Ana Arakaki 

Isabella Zuppo (1º semestre)

O número 21 da revista Plural, publicação laboratorial do curso de Jornalismo da ESPM-SP, deu destaque à Semana de Arte Moderna e aproximou as contribuições do movimento de 1922 à arte periférica contemporânea. No lançamento da edição, realizado durante o ESPMovement, no último dia 20 de outubro, a editora, professora Cláudia Bredarioli, contou que a proposta foi a de abordar o tema como pauta para reflexão sobre problemas sociais.

Uma das matérias tem como título “A arte periférica hoje” e dá destaque ao “crialismo”, movimento que traduz a realidade da periferia em obras de arte. Artistas como Marcelino Melo – o Nenê –, Janaina Vieira, Lucas Ferreira – o Ferreirart – e Guilherme Lima – o Mano Lima – têm conquistado espaço e se consideram influenciados pelas mudanças estéticas que os modernistas promoveram há um século.

A revista também traz uma reportagem sobre o Theatro Municipal de São Paulo, sede da Semana de 1922, e uma entrevista com João Cândido Portinari, filho do pintor Cândido Portinari, que demandou insistência da estudante Manuela Margini, responsável por esse bate-papo. “Mandei mais de 15 e-mails, sem resposta, até que lembrei que a minha amiga era sobrinha neta do João Candido Portinari. Consegui uma entrevista online, já que ele mora no Rio de Janeiro”, contou.

Já Gabriela Figueiredo disse que sua habilidade “stalker” a ajudou a conseguir contatos para a apuração sobre o Municipal. Ela também destacou a representatividade negra e indígena e a oportunidade de ter entrevistado artistas indígenas e o espaço que estão conquistando no mundo da arte.

Produção – A Revista Plural conta com a participação de alunos do curso de Design, que cuidam da produção gráfica. A estudante Gloria Machado colaborou com a edição 21. “Realmente foi uma aula prática”, disse. Ela também destacou como o momento político-econômico por que passa o Brasil reflete sobre as artes. “Falta investimento e interesse das pessoas. As obras brasileiras não estão no Brasil”, complementa. O quadro Abapuru, de Tarsila do Amaral, por exemplo, pertence hoje ao acervo do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba).

Evento de lançamento ocorreu durante o ESPMovement – Foto: Gabriella Borges 

Edições – No fim do lançamento, Bredarioli deu um pequeno “spoiler” sobre o tema da Plural no próximo semestre. “Terá relação com tecnologia 5G e o Metaverso”, adiantou.

Todas as edições da revista estão disponíveis no Portal de Jornalismo ESPM.

#ParaTodosVerem: Na primeira fotografia, a revista Plural aparece sobre o colo de uma jovem branca, de cabelos castanhos, que veste uma camiseta preta e tem uma pulseira no braço esquerdo. A página na qual a revista está aberta mostra a fachada do Theatro Municipal de São Paulo com as luzes acesas. Na segunda fotografia, uma jovem branca de cabelos cacheados, preso em um rabo de cavalo, usando um conjunto de brincos, um colar dourado e um macacão marrom claro, está sentada em um sofá preto, de pernas cruzadas, com uma mochila preta de couro no colo. Está lendo a revista Plural, cuja capa está ilustrada com o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral; na contracapa, vê-se uma fotografia com a equipe que elaborou a publicação.