Pelo Mundo ESPM – Lampião

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Júlia Dal Bello – Nicholas Thornton – (1º semestre)

Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, nasceu em Vila Bela, atual cidade de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, no dia 7 de julho de 1897, em uma família de lavradores e criadores. Era o terceiro filho de uma família de sete irmãos, sabia ler e escrever. Ajudava na pequena fazenda do pai cuidando dos animais.

O cangaço, um tipo de luta armada frequente no Nordeste, atraiu Virgulino em 1915, depois que sua família foi acusada de ter roubado alguns animais da fazenda de seus vizinhos, a família Saturnino, ligada à oligarquia dominante.

Depois de certo tempo, os irmãos Ferreira mataram alguns gados do vizinho e foram perseguidos pela polícia. Na fuga, sua mãe não resistiu e seu pai acabou sendo morto pela polícia.

Decidido a se vingar, Lampião encarregou um dos irmãos de cuidar dos irmãos menores e com os dois mais velhos passou a percorrer os estados nordestinos, fazendo justiça com as próprias mãos. O primeiro ataque foi em 1922, em Alagoas, na casa da baronesa da cidade de Água Branca, quando levou todo o dinheiro que encontrou.

Daí surge Lampião, o “Rei do Cangaço”. O apelido decorre da facilidade que Virgulino tinha no manejo do rifle, que, de tanto atirar, mais parecia um candeeiro aceso nas escuras noites da caatinga.

Com um bando formado, os justiceiros invadiam as fazendas, saqueavam os comerciantes e distribuíam com os mais pobres uma parte do que recolhia, por esse motivo eram vistos como um instrumento de justiça social.

No dia 1 de agosto de 1923, o bando sofreu sua primeira emboscada no município de Nazaré do Pico, em Pernambuco. O combate se deu na praça, com a ajuda dos civis nazarenos. Era o início da Força de Nazaré, a mais importante perseguidora de Lampião.

Em 1929, em suas andanças pela região chegou ao povoado de Malhado da Caiçara quando conheceu Maria Gomes de Oliveira. Logo, Maria se uniu ao bando e tornou-se a famosa companheira de Lampião. Com o nome de “Maria Bonita” tornou-se a primeira mulher a ingressar no cangaço. Em 1932 nasceu Maria Expedita de Oliveira Ferreira Nunes, a filha do casal.

Lampião ganhou destaque também pela criação de roupas para si e para o bando, caprichava nos detalhes, usava medalhas, muitos anéis, correntes de ouro, chapéu de couro, alforjes bordados e punhais de prata.

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angico, no povoado de Poço Redondo, em Sergipe, Lampião e seu bando, foram surpreendidos com rajadas de metralhadoras.

Minutos depois, Lampião Maria Bonita e mais 9 cangaceiros estavam mortos. O ataque comandado pelo tenente João Bezerra conseguiu, o que a polícia do Nordeste perseguia havia muito tempo.

As cabeças do bando foram decapitadas, mumificadas e expostas em Santana do Ipanema, Alagoas. Depois foram levadas para o Museu Nina Rodrigues, na Bahia, até serem enterradas em 1968.