Pelo Mundo ESPM – Centenário da Semana de 1922

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Karina Lopes – (1º semestre)

Felipe Padovese – (2º semestre)

A Semana de Arte Moderna aconteceu entre os dias 13 e 17 de fevereiro no Theatro Municipal de São Paulo. Ela foi organizada por um grupo composto por escritores, músicos, escultores e pintores da época que queriam acabar com o modo tradicional e elitista de tratar a arte, dentre eles podem ser citados: Anita Malfatti, Oswald Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti del Picchia e Mário de Andrade. Esses artistas queriam uma maior liberdade na hora de se expressar e retratar coisas cotidianas vividas pela maior parte da sociedade.

O estopim para a organização desse grupo foi uma crítica que Monteiro Lobato escreveu em um artigo para o jornal Estado de S. Paulo sobre a obra A Boba de Anita Malfatti no dia 17 de dezembro de 1917. O criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo disse em sua publicação que “haviam dois tipos de pessoas: Aquelas que faziam arte pura e aquelas que viam a natureza de forma anormal”, criticando assim o não realismo usado na obra. Tal situação gerou um sentimento de revolta entre os precursores do modernismo no Brasil, que já estavam cansados da rigidez artística pregada pelos tradicionalistas.

A partir daí começou a Revolução artística brasileira.

O jovem grupo de artistas conseguiu apoio de algumas pessoas influentes da sociedade paulista da época que também buscavam inovação. Esses membros da elite financiaram o aluguel do Theatro Municipal durante a Semana de Arte Moderna, pois ele era o local símbolo do parnasianismo, modelo artístico produzido pelas elites para elas mesmas.

Um dos marcos da Semana de 22 foi a leitura do poema Os Sapos de Manuel Bandeira no segundo dia de exposição. O poema era uma crítica aos poetas parnasianos que se apegavam demais à estética da poesia e, que segundo Bandeira, deixavam a desejar no conteúdo de seus escritos. A leitura do poema causou grande estranhamento do público e foi alvo de muitas vaias.

Devido ao fato dos artistas da Semana de 22 terem batido de frente com os modelos estipulados na época, eles sofreram muitos julgamentos e vaias da população que não estava preparada para o novo modo de arte. Porém ela estimulou vários artistas jovens a seguir os seus passos, tendo um efeito muito importante na consolidação da arte modernista brasileira. Por conta dela, a produção cultural do Brasil aumentou de tal maneira que muitos historiadores a consideram uma revolução cultural do país.

Graças a ela, artistas como Di cavalcanti, Drummond de Andrade,Vinícius de Morais, Alfredo Volpi e Jorge Amado puderam ter seus trabalhos reconhecidos e admirados em suas respectivas épocas.