#Partiu #mania #de #hashtags

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Arte: Thor Megiolaro

De ferramenta de organização e arquivamento de conteúdo a moda de redes sociais e, por fim, instrumento publicitário de apelo jovem. O sistema de hashtags, que se popularizou no Twitter, agora é utilizado não apenas em redes sociais mas, também, em diversas plataformas da comunicação. Veículos publicitários começaram a aproveitar a ascensão das tags como forma de ampliar a relação com seu público, aumentando a divulgação das empresas conforme a disseminação de palavras-chave ligadas às suas atividades.

As famosas hashtags, que são compostas por palavras antecedidas pelo símbolo “#”, começaram com a função principal de auxílio em pesquisa. No Twitter, por exemplo, criam hiperlinks que permitem aos usuários encontrar certos tópicos de discussão; basta digitar uma tag específica e relacioná-la a um tema. Com isso, usuários se habituaram a encontrar todos os comentários relacionados aos assuntos de sua preferência. Também é fácil encontrar hashtags no Instagram, rede social de compartilhamento de imagens cuja navegação é facilitada – e muito – pelo acesso a fotos ligadas a tags específicas.

O problema é que seu uso passou a ser comum mesmo em redes que não reconhecem o sistema. O Facebook, por exemplo, já considera assimilar as hashtags para organizar seus conteúdos, em função de seu sucesso entre os usuários.

Para muita gente, o uso irrestrito da ferramenta tem ares de modismo. Jéssica Vaitanan, 17, estudante de Relações Internacionais, sustenta essa visão. “Acho que a maioria nem sabe qual seria a verdadeira função; adere ao hábito com o objetivo de se enturmar. Isso nem me irrita nem me atrai, mas também acho errado criticar, afinal existe liberdade de expressão”, argumenta. Tal visão também é defendida por Mayara Lumi Monma,17, estudante de Engenharia e também usuária de sites de relacionamento, que chega a argumentar que acredita utilizar hashtags no Facebook pelo fato de que os outros também usam.

Na academia, há posições diferentes. “Talvez exista uma tentativa de relacionar conteúdo a essas palavras-chave com sustenido para aumentar tráfego/audiência”, afirma Luciana Moherdaui, doutora em Processos de Criação nas Mídias pela PUC-SP e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Críticos afirmam que as hashtags atomizam a informação. Não concordo. Na verdade, se bem utilizadas, contribuem para buscar informação no microblog e também para compor interfaces – por exemplo, criar uma estética baseada em dados. A arte digital tem uma série de trabalhos que incluem uso de tags para elaborar projetos”, diz a pesquisadora, citando o site Ten by Ten. Luciana também diz que não importa a área: o objetivo dessas ferramentas é sempre relacionar conteúdo a algo, como marca, jornal, informação, pessoas e notícias, criando engajamento, em muitos casos.

“Na minha opinião, além de contribuir imensamente na busca, as hashtags são, também, termômetro e uma nova forma de narrativa. Um exemplo bacana é o site TwitterStories”, argumenta.

Guilherme Machado (1º semestre)

2 Comments

Gabriela Beraldo 15 de abril de 2013 - 16:11

Mariana Bertolani 17 de abril de 2013 - 18:20

Muito legal essa matéria!
Guilherme Machado está de parabéns!
#Partiu #Compartilhar #no #Face!

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