Para pesquisadora, realidade virtual é o futuro da produção de conteúdo

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Guilherme Sommadossi (8º semestre)

Durante os dias 12 e 13 de novembro, a ESPM-SP realizou o evento ESPM Soul. Foram mais de 150 palestras, painéis, conversas e exposições sobre o universo do jornalismo, audiovisual, gestão, marketing e comunicação, tecnologia, artes, educação entre outras áreas.

No primeiro dia do evento, a conversa “Realidade Virtual – Imersão e Interatividade nas Imagens Contemporâneas” foi apresentada pela artista visual e professora doutoranda da USP Lyara Oliveira; com mediação de Vicente Martin, professor do curso de Tech.

A profissional começou a palestra explicando os conceitos de realidade virtual para os presentes. “São imagens contemporâneas e tecnológicas, com potencial de interação entre a atividade e o usuário”, explica. Disse também que na experiência VR, nós estamos no “ambiente real”. Usando os óculos e os fones, somos transportados para o “ambiente imerso”.

“Existem diferenças entre o nível de interação entre os filmes de VR e os games. No primeiro, as pessoas só acompanham a imagem e conseguem ver ângulos diferentes. No segundo, é possível escolher caminhos, segurar itens, interagir com o ambiente e diversas outras opções”, explicou a professora convidada.

Alertou também que este universo deve ser delicado quando se tratam de crianças. Lyara destaca que o cérebro dos pequenos não consegue diferenciar a vida real da simulação. “Por isso que os conteúdos infantis nessas plataformas devem ser desenhos, para que, quando ela tirar os óculos, não pense que ainda estão na simulação”.

Muitas pessoas passam mal após suas primeiras experiências com realidade virtual, que foram explicados pela professora. “O nosso cérebro está processando uma imagem. Mas quando mexemos o braço na vida real e ele não repete o movimento da tela, a imersão que ele está é interrompida e pode causar náusea”, explica. Outra causa é da demora entre o tempo de ação e resposta. Quando movemos nosso braço, por exemplo, e só alguns segundos depois ele se repete na tela, ocorrem os mesmos sintomas. O termo em inglês que define é conhecido na área como “motion sickness”.

Ao final, Lyara destacou algumas produções de realidade virtual. Step To The Line, Realidade Visceral, Biblioteca a Noite e Rio de Lama (abaixo) estão disponíveis no YouTube.