Denise Fraga e Luiz Villaça fecham a primeira noite do ESPM Soul

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Fechando o primeiro dia do ESPM Soul, evento promovido pela ESPM-SP, no campus Álvaro Alvim, aconteceu a palestra “Direção e atuação no cinema”, com a atriz Denise Fraga e o diretor Luiz Villaça, com mediação de Gisele Jordão e João Matta, professores da ESPM, na noite de terça-feira, 12 de novembro.

Casados há 25 anos, Denise e Luiz ressaltaram que as afinidades na vida repercutiram nas artes, na dinâmica de compor juntos, numa parceria de criação entre atriz e diretor. Segundo o casal, um desafia o outro e vice-versa, criando uma parceria frutífera na arte de retratar o comum. “A arte coloca um holofote no que é extraordinário e você não vê no dia a dia. A arte traz esse ‘extraordinário’ para o cotidiano”, relata Denise.

A atriz, com muita simpatia e descontração, contou como se faz humor de uma forma natural. Para ela, o humor é como um dom, que algumas pessoas nascem com ele. “Fazer comédia tem uma coisa matemática, parecido com um ouvido musical. É ter um timing cômico. O humor não deve ser usado só para entretenimento. Ele é um agente transformador, revolucionário, porque te faz olhar de fora da cena. O humor está aliado à inteligência”, ressalta Denise. Ela ainda completa que o cinema e o teatro são os lugares que podem levar às pessoas a outros terrenos, outras sensações. “É o lugar do sublime, do sonho, dos artistas que adubam a terra para o público passar”.

Para Luiz Villaça, o ponto de largada fundamental para qualquer peça ou filme é o roteiro. “A cena tem que partir do ponto de vista do roteiro”, explica. No entanto, atores, como Denise Fraga, conseguem aprofundar o trabalho desenvolvido em um bom roteiro e o diretor deve estar aberto para ser surpreendido pela transformação desse trabalho conjunto. “O roteiro tem que crescer em cena, que deve ficar muito mais legal do que como estava escrita no roteiro”, conta.

Denise Fraga ainda se emociona ao falar do ofício do ator e da importância da arte para a sociedade. “O meu ofício me adubou, me transformou para o exercício da alteridade. A art é algo que se cuida. Ela é intrínseca ao humano. Por isso, temos que ter muito cuidado com essa difamação da arte em nosso país”, alerta.

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